Donald Trump "é o chefe do poder executivo, por isso tem o poder de despedir qualquer pessoa do poder executivo, se quiser", afirmou a nova porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, na sua primeira conferência de imprensa.
O Governo dos Estados Unidos (EUA) anunciou na sexta-feira a demissão de 17 inspetores-gerais, numa iniciativa para rever a supervisão do novo Governo, que, segundo alguns membros do Congresso, viola as leis federais.
Os despedimentos foram decretados pelo Presidente Donald Trump na sexta-feira à noite e entraram em vigor de imediato, sem que o Congresso tenha recebido avisos sobre as demissões --- um facto que já foi criticado por vários membros do Partido Democrata e até por um senador do Partido Republicano.
A porta-voz da Casa Branca mais jovem da história do país defendeu também como uma "medida muito responsável" a suspensão dos subsídios e empréstimos federais, que mergulharam vários departamentos governamentais num ambiente de incerteza.
As autoridades governamentais norte-americanas explicaram que a decisão foi necessária para garantir que todo o financiamento está em conformidade com as ordens executivas de Trump, que visam reverter medidas progressivas em matéria de direitos transgénero, justiça ambiental e diversidade, equidade e inclusão.
No entanto, o congelamento do financiamento, que não afetará as ajudas federais a cidadãos, poderá atingir milhares de milhões de dólares, pelo menos temporariamente, e provocar perturbações generalizadas na investigação sobre cuidados de saúde, programas educativos e outras iniciativas.
Leavitt, afirmou ainda no início da conferência de imprensa que os jornalistas terão "acesso ao Presidente mais transparente e acessível da história norte-americana" e abriu as portas aos 'podcasters' e aos influenciadores das redes sociais, que se poderão candidatar a participar em 'briefings' futuros.
A nova porta-voz assegurou que planeia realizar 'briefings' com frequência e que o Presidente estará disponível para perguntas dos jornalistas.
"Posso garantir-vos que vão ter notícias minhas e dele [Presidente Donald Trump] tanto quanto possível", disse.
Trump teve quatro secretários de imprensa durante a sua primeira administração, entre 2017 e 2021.
Karoline Leavitt foi porta-voz da campanha eleitoral às presidenciais de 2024 de Donald Trump, que elogiou o seu "trabalho fenomenal" quando anunciou a sua nomeação para porta-voz da Casa Branca em novembro.
O porta-voz da Casa Branca é habitualmente uma figura pública da administração e, historicamente, tem realizado 'briefings' diários para o corpo de imprensa.
Na sua estreia, Leavitt foi confrontada com a escassez e aumento do preço dos ovos, responsabilizando o anterior governo do democrata Joe Biden (2021-2025) por ter ordenado o abate de 100 milhões de frangos devido à gripe aviária.
"O facto de o governo Biden e o Departamento de Agricultura terem ordenado o abate em massa de mais de 100 milhões de frangos também está a contribuir", afirmou.
"Isto levou à escassez de galinhas no país e, consequentemente, à escassez de ovos, o que está a provocar a atual crise", acrescentou.
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