Mulher condenada na Arábia Saudita por 'tweets' terá sido libertada

Salma al-Shehab foi detida quando estava de férias na Arábia Saudita, em janeiro de 2021. Ativistas dizem que a mulher foi mantida na solitária por mais de nove meses, antes de ter sido levada a tribunal. 

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Notícias ao Minuto
12/02/2025 16:40 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Arábia Saudita

Uma estudante de doutoramento da Universidade de Leeds, no Reino Unido, que foi condenada a 34 anos de prisão, na Arábia Saudita, por ter feito publicações na rede social X (antigo Twitter) a apoiar os direitos da mulher, terá sido libertada.

 

De acordo com o The Guardian, que cita ativistas, Salma al-Shehab, de 36 anos, já terá saído da prisão e terá sido reunida com os seus dois filhos. 

"São notícias fantásticas", disse a chefe de monitoramento e defesa do grupo saudita ALQST - organização de direitos humanos sediado na Europa -,  Lina al-Hathloul, acrescentando que Salma não viu os "filhos durante os quatro anos de prisão". 

Em março do ano passado, foi assinada uma carta aberta por mais de 300 académicos, estudantes e funcionários da Universidade de Leeds que pediam a libertação de Salma al-Shehab, onde diziam que a mulher tinha sido detida "com base em tweets pacíficos".

Lina al-Hathloul afirmou ainda o tempo que Salma passou na prisão "foi difícil". "Não ver os filhos, não saber se conseguiria terminar o seu doutoramento. Inicialmente, foi sentenciada a seis anos de prisão, depois aumentou para 34 anos, depois a sentença voltou a ser reduzida para 27 e depois para 4 anos. Tem sido um pesadelo não ser capaz de confiar na justiça e nas suas decisões"., disse al-Hahloul.

Salma al-Shehab foi detida quando estava de férias na Arábia Saudita, em janeiro de 2021. Ativistas dizem que a mulher foi mantida na solitária por mais de nove meses, antes de ter sido levada a tribunal. 

Inicialmente, a estudante de doutoramento foi sentenciada pelo "crime" de uso de um website para "causar tumulto público e desestabilizar a segurança nacional".

No entanto, a sua sentença acabaria por ser aumentada para 34 anos de prisão, com o tribunal de recurso a acrescentar novas acusações, como a de "auxílio aos que procuram causar tumulto público e desestabilizar a segurança nacional ao seguir as suas contas no Twitter" e partilhar as suas publicações. Ainda assim, al-Shehab viu a sua pena ser reduzida por duas vezes, primeiro para 27 anos e depois para 4 anos, após a entrada de dois recursos.

Na rede social Twitter, Salma partilhava apelos à libertação dos presos políticos no país, como a feminista Loujain al-Hathloul, defensora do direito das mulheres a conduzir e que foi presa e torturada pelo regime saudita.

"Esta sentença, extraordinariamente longa, tem um efeito terrível sobre os críticos do Governo e da sociedade civil em geral, e é outro exemplo de como as autoridades sauditas usam as leis sobre terrorismo e cibercrime para intimidarem e se vingarem dos defensores dos direitos humanos e de qualquer voz dissidente", comentou Throssell.

Em 2022, as Nações Unidas pediram à Arábia Saudita que libertasse a mulher condenada

As Nações Unidas pediram ainda à Arábia Saudita que reveja todas as condenações pelo exercício pacífico do direito à liberdade de expressão por qualquer saudita, incluindo mulheres processadas por reclamarem igualdade de género, jornalistas e líderes religiosos.

Leia Também: ONU denuncia "graves violações" dos direitos humanos no Bangladesh

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