Incerteza e preocupação. Que dizem as famílias dos reféns sequestrados?

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que "se o Hamas não libertar reféns até ao meio dia de sábado, o cessar-fogo terminará", depois do Hamas ter dito que iria adiar a libertação de reféns prevista para esta sábado.

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© JUSTIN TALLIS/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
12/02/2025 19:19 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Médio Oriente

Idit Ohel é mãe de Alon Ohel, um dos reféns que continua sequestrado pelo Hamas. Esta semana, após 16 meses de incerteza, recebeu a notícia de que o filho, de 24 anos, ainda estava vivo.

 

Segundo conta a Associated Press, a mãe do jovem ficou a saber de vários detalhes acerca do filho, que estava junto de Or Levy e Eli Sharabi - libertados no sábado passado.

Idit soube que o filho, que tem nacionalidade alemã e sérvia, está acorrentado num túnel subterrâneo e tem-se mantido vivo só com um pedaço de pão ou menos. Alon só deverá ser libertado durante um possível segundo acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel.

"Não vê a luz do dia há 493 dias", afirmou a mãe do jovem refém, contando que Alon é um pianista talentoso e, que por isso, a família espalhou vários pianos por Israel. Muitos deles de cor amarela, uma vez que é a cor associada à luta dos reféns. 

Mas Idit não está só. Junto do seu filho, e dos dois reféns libertados no sábado, está Eliya Cohen. Os quatro foram mantidos juntos após terem sido sequestrados de um abrigo perto do festival de música a 7 de outubro de 2023.

Eliya Cohen deverá ser libertado ainda na primeira fase do acordo de cessar-fogo.

"Parte-me o coração saber que ele está acorrentado e saber o que lhe aconteceu naqueles túneis", disse a noiva de Cohen, Ziv Abud, de 27 anos, que conseguiu escapar ao Hamas, uma vez que ficou por baixo de vários corpos no abrigo onde estava escondida, incluindo os corpos do sobrinho e da namorada.

Segundo informações transmitidas pelos reféns libertados à noiva de Cohen, o refém terá perdido cerca de 20 quilos e tem uma bala alojada na perna que não recebeu tratamento médico. Revelaram ainda que Eliya não sabe que Ziv está viva. 

Tamir Nimrodi, 20 anos, é um soldado israelita que também continua em cativeiro e que não deverá ser libertado nesta primeira fase. A mãe afirmou que o plano do Hamas em adiar a próxima libertação foi um choque.

"Estamos a tentar analisar, pensar, quais são as possibilidades? Isto é terrorismo psicológico", afirmou a mãe do jovem soldado, acrescentando que tem sido difícil assistir às libertações e, em especial, aos vídeos dos reencontros com as famílias. No entanto, cada libertação é mais um passo dado para que o filho regresse a casa, ainda que haja a incerteza se estará vivo.

"Sei que há hipótese de não voltar a abraçar o meu filho", notou, salientando que não sabe se é pior acreditar que o filho está morto ou receber informações de que está vivo, mas em condições como as de Alon. 

Com o impasse do acordo de cessar-fogo e a troca de palavras entre o Hamas e Israel, as famílias dos reféns, que ainda se encontram em cativeiro, estão a lutar por manter a esperança e imploram ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que não desista do acordo e, se possível, acelere o cronograma de libertações, escreve a Associated Press. 

As preocupações sobre um possível fim do cessar-fogo foram ainda agravadas pela exigência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que todos os reféns sejam libertados no sábado e na sua insistência de retirar os palestinianos de Gaza para a reconstruir como um destino turístico. 

Também o estado de saúde dos últimos três reféns libertados revoltou os israelitas e gerou ainda mais preocupação nas famílias que aguardam a chegada dos seus, uma vez que vão sendo reveladas informações sobre as condições no cativeiro.

A agência de notícias dá ainda conta de que a situação é ainda mais difícil para as famílias daqueles que não constam na lista que contém o nome dos 33 reféns que serão libertados na primeira fase do acordo de tréguas entre o Hamas e Israel.

De acordo com a imprensa israelita, os reféns libertados afirmaram haver, pelo menos, sete reféns ainda vivos. 

Note-se que, na terça-feira, Benjamin Netanyahu, afirmou que "se o Hamas não libertar reféns até ao meio dia de sábado, o cessar-fogo terminará" e que as Forças de Defesa Israelitas (IDF, sigla em inglês) "voltarão a combater até que o Hamas seja finalmente derrotado". 

Estas palavras do primeiro-ministro israelita vieram na sequência da decisão do Hamas adiar a libertação de reféns israelitas prevista para esta sábado, 15 de fevereiro.

"Durante as últimas três semanas, a liderança da resistência monitorizou as violações do inimigo e o seu incumprimento dos termos do acordo", disse Abu Obeida, segundo cita a Al Jazeera. 

De recordar que Israel e o Hamas estão no meio de um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual se prevê que o Hamas liberte dezenas de reféns capturados no ataque de 07 de outubro de 2023 em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinianos.

Desde a entrada em vigor do cessar-fogo, no mês passado, as duas partes procederam a cinco trocas, libertando 21 reféns e mais de 730 prisioneiros. 

Leia Também: "Se o Hamas interromper a libertação dos reféns, então não haverá acordo"

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