"A Santa Casa da Misericórdia de Paris tem de continuar a funcionar"

A Santa Casa da Misericórdia de Paris (SCMP) apelou hoje aos empresários franco-portugueses e às autoridades portuguesas para ajudarem a manter as instalações na capital francesa, que podem perder no final de março, e continuar a ajudar a comunidade.

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© DOMINIQUE FAGET/AFP via Getty Images

Lusa
12/02/2025 21:56 ‧ há 6 horas por Lusa

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França

"A Santa Casa da Misericórdia de Paris está a enfrentar dificuldades em termos de locais, porque, em princípio, a Câmara de Comércio anulou o subarrendamento que tinha com a Santa Casa e com outras estruturas junto da Câmara de Paris", disse à Lusa a provedora da SCMP, Ilda Nunes, a cumprir o seu segundo mandato.

 

Tendo dia 31 de março como data de saída do escritório nas instalações do segundo andar em Porte de Vanves, que dividia com outras organizações e associações, Ilda Nunes refere que neste momento estão "à procura de outros locais", já que "a renda é consequente, para não dizer bastante alta" e teria de ficar apenas ao cargo da instituição onde é voluntária.

"A Santa Casa da Misericórdia de Paris tem que continuar a funcionar, porque se não continuar a funcionar vai-se ver ainda mais a pobreza daquelas pessoas portuguesas que vêm pedir ajuda", afirmou a provedora, apelando ainda "a todas as pessoas que tiverem locais para se dirigirem à Santa Casa e proporem".

A SCMP ajuda a comunidade portuguesa e lusófona "em vários ramos", prestando apoio a nível alimentar, psicológico, de isolamento, de ajuda com documentação relativa a reforma e segurança social, entre outros.

"Nem quero imaginar que a Santa Casa possa fechar. Não é possível", referiu emocionada Ilda Nunes, deixando um apelo "a todas as empresas" para que contribuam para ajudar a instituição num momento "essencial para a Misericórdia", que apenas sobrevive de donativos, cotas de sócios e das atividades organizadas ao longo do ano.

No mesmo dia, a Misericórdia de Paris assinou um protocolo com o presidente da Câmara de Comércio Franco-Portuguesa (CCIFP), no Consulado de Portugal em Paris, para facilitar integração profissional de portugueses em França, que enfrentam dificuldades relativas à língua que impedem de encontrar trabalho, algo que a CCIFP pode ajudar.

"Hoje assinámos um protocolo de acordo com a Câmara de Comércio porque nós recebemos pedidos de trabalho, pessoas que andam à procura de trabalho e, portanto, nós podemos apresentar essas pessoas à Câmara de Comércio para que a Câmara de Comércio contacte as empresas que são sócias e que essas pessoas adquiram um emprego", afirmou.

Para a Cônsul-Geral, Mónica Lisboa, que presenciou "com orgulho" a assinatura do protocolo nos salões Eça de Queiroz do Consulado, este foi um "momento que marca a vontade de criar sinergias" entre as duas instituições relevantes em Portugal e França, mostrando a "união e unidade" na comunidade portuguesa na defesa dos seus concidadãos.

O Embaixador de Portugal em França, José Augusto Duarte, também fez questão de assinalar a data com uma receção na Embaixada em Paris para os participantes, onde expressou o seu apreço pela comunidade emigrante portuguesa e apelou à solidariedade.

A CCIFP, criada em 2006 com o objetivo de apoiar os acordos comerciais entre os dois países ao reunir uma rede de mais de 400 membros, parceiros económicos e institucionais de todos os setores, irá ajudar as pessoas que peçam ajuda à Santa Casa de Paris a encontrar trabalho, já que muitas das empresas com quem trabalham procuram mão-de-obra.

A SCMP foi fundada em 1994 por um grupo de portugueses preocupados com as dificuldades de alguns compatriotas e do agravamento da precariedade e, atualmente, presta "ajuda permanente", com "permanência telefónica 24 horas por dia, 7 dias por semana", segundo a provedora.

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