Em pano de fundo deste conflito está a recusa da agência noticiosa designar o Golfo do México como 'Golfo da América'.
Pilar do jornalismo nos EUA, a AP afirmou na sua queixa que a sua privação de acesso àqueles acontecimentos desde há 10 dias é uma violação da Primeira Emenda da Constituição, que consagra a liberdade de imprensa e expressão.
Os citados são Susie Wiles, chefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, o seu adjunto, e Karoline Leavitt, porta-voz de Trump.
A AP foi proibida de aceder à Sala Oval e ao avião oficial da Presidência, o 'Air Force One', por tempo indeterminado, enquanto não aceitar renomear, como Trump decretou, o Golfo do México em 'Golfo da América'.
"A comunicação social e todos os cidadãos dos EUA têm o direito de escolher as suas próprias palavras e de noção sofrerem represálias do governo", escreveu-se na queixa.
"A Constituição não autoriza o governo a controlar o discurso", prosseguiu a AP, que alertou para "uma ameaça para a liberdade de cada um".
Em reação, Leavitt disse: "Ver-nos-emos em tribunal", ao discursar durante um evento político republicano.
Na quinta-feira, Trump atacou a agência com veemência, qualificando-a como "organização da esquerda radical".
Em nota editorial, a AP explicou que a ordem executiva de Trump que muda o nome do Golfo do México não tem qualquer autoridade nos EUA, nem o México, tal como os outros países e as organizações internacionais não são obrigados a reconhecer a mudança pretendida.
Trump mantém uma relação tensa com os meios de comunicação social tradicionais, que qualificou como "inimigos do povo" no seu primeiro mandato.
A AP, fundada em 1846 por jornais nova-iorquinos, que emprega mais de três mil pessoas no mundo, publicou mais de 375 mol artigos, 1,24 milhões de fotos e 80 mil vídeos, seguindo os seus números relativos a 2023.
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