"Entre aliados e parceiros, não se pode querer fazer o outro sofrer com tarifas", disse Emmanuel Macron, no primeiro dia da abertura da Feira Agrícola de Paris, numa altura em que Donald Trump ameaça impor direitos aduaneiros sobre vários produtos europeus.
"Vou falar com (Trump) sobre isso, porque precisamos de acalmar tudo isto. Vou falar sobre isso porque a exportação também faz parte da força da nossa agricultura", notou o Presidente francês, que deverá reunir-se com o seu homólogo americano na segunda-feira em Washington.
O Presidente francês insistiu que "o setor agrícola e agroalimentar é um grande setor exportador, por isso deve ser defendido, tornado ainda mais competitivo para que possa conquistar novos mercados".
Macron viaja este domingo para Washington para se reunir na segunda-feira com o presidente norte-americano num diálogo que se centrará na guerra na Ucrânia, depois da reunião esta semana em Riade dos responsáveis diplomáticos dos Estados Unidos e da Rússia, na ausência dos ucranianos e dos europeus, e das sucessivas declarações de Trump sobre a sua intenção de acabar rapidamente com a guerra.
Questionado se está optimista em relação a esse encontro, o presidente francês respondeu que está "determinado em todas as questões para um diálogo que espero seja amigável, como sempre, mas ao mesmo tempo claro".
Sobre as ameaças de Trump de impor tarifas adicionais aos produtos europeus, o Eliseu lembrou que as questões comerciais são da responsabilidade da União Europeia, não dos países membros, e que as decisões que têm de ser tomadas serão tomadas "a nível europeu".
Desde que regressou ao poder, há um mês, Trump tem anunciado a intenção de impor uma série de tarifas a importações de vários países e na terça-feira afirmou que pode adotar a partir de abril taxas alfandegárias de cerca de 25% para importações de automóveis e para os semicondutores e produtos farmacêuticos haverá igualmente taxas "de 25% ou mais".
Na quarta-feira, Donald Trump anunciou também que estava a refletir sobre a imposição de tarifas de 25% sobre a madeira para construção e os produtos florestais.
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