Zelensky apoia "visão" de Macron para paz com garantias de segurança

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deu hoje o seu apoio à "visão clara" do homólogo francês, Emmanuel Macron, para uma paz na Ucrânia com garantias de segurança "fortes e de longo prazo".

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© TETIANA DZHAFAROVA/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
05/03/2025 23:55 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

Num discurso a partir do Eliseu, o chefe de Estado francês defendeu esta noite que "o caminho para a paz não pode passar pelo abandono da Ucrânia", e que a paz "não pode ser construída a qualquer preço e sob o comando russo, e não pode ser a capitulação da Ucrânia".

 

Zelensky recorreu mais tarde às redes sociais para agradecer a Macron "pela sua visão clara e pelos esforços conjuntos para alcançar a paz".  

"A paz tem de ser real e não apenas uma palavra - não pode significar a capitulação ou o colapso da Ucrânia. Tem de ser justa, fiável e duradoura, e só pode ser alcançada através de garantias de segurança fortes e de longo prazo - para a Ucrânia, a Europa e o mundo inteiro", frisou o Presidente ucraniano.

"Apreciamos profundamente a liderança e os esforços de todos os que apoiam a Ucrânia e reforçam as capacidades de defesa da Europa. Aguardamos com expetativa a oportunidade de trabalhar em conjunto nos próximos dias para dar passos em direção à paz", adiantou.

A administração de Donald Trump, que tomou a iniciativa de negociar diretamente com a Rússia uma solução para o conflito iniciado com a invasão russa da Ucrânia há três anos, tem defendido que constitui garantia de segurança suficiente a assinatura de um acordo-quadro entre Washington e Kiev abrindo a porta à exploração de minerais ucranianos por empresas norte-americanas.

Washington tem escalado a pressão sobre Zelensky para assinar o acordo de exploração de minerais como primeiro passo para um cessar-fogo, mas Kiev considera serem necessárias mais garantias de segurança e uma visão de longo prazo para a cessação de hostilidades.

Num contexto de aproximação entre Moscovo e Washington, que suspendeu a ajuda militar a Kiev, Macron referiu no discurso que irá reunir em Paris, na próxima semana, os chefes de Estado-Maior dos países dispostos a garantir a futura paz na Ucrânia.

"Perante este mundo de perigos, seria uma loucura permanecer espetador", acrescentou o chefe de Estado francês.

Para Macron, a paz na Ucrânia "implicará também, talvez, o envio de forças europeias", que "não iriam combater hoje, não iriam combater na linha da frente, mas estariam lá, pelo contrário, assim que a paz fosse assinada, para garantir o seu pleno respeito".

"A ameaça russa está aí e afeta-nos", sem "conhecer fronteiras", afirmou Macron.

Macron anunciou "investimentos adicionais" na defesa europeia sem aumentar os impostos, um dia antes da cimeira extraordinária dos líderes da União Europeia em Bruxelas, onde serão dados "passos decisivos", reiterando que "serão tomadas várias decisões".

"Os Estados-Membros poderão aumentar as suas despesas militares sem que isso seja tido em conta no seu défice", acrescentou.

Referindo-se a "acontecimentos históricos em curso que estão a virar a ordem mundial de pernas para o ar", o Presidente francês falou da "situação internacional e das suas consequências" para a França e para a Europa.

"Os Estados Unidos, nosso aliado, mudaram a sua posição sobre esta guerra, apoiam menos a Ucrânia e estão a lançar dúvidas sobre o que vai acontecer a seguir", disse Macron, acrescentando que a Europa está "a entrar numa nova era", em que a segurança e a prosperidade são incertas.

Macron, anunciou ainda que quer "abrir o debate estratégico" sobre a proteção da Europa pelas armas nucleares francesas com os aliados dispostos a garantir a paz futura na Ucrânia e a proteção do continente europeu.

"Respondendo ao apelo histórico do futuro chanceler alemão [Friedrich Merz], decidi abrir o debate estratégico sobre a proteção dos nossos aliados no continente europeu pela nossa capacidade de dissuasão", declarou o Presidente francês.

A França é a única potência nuclear da União Europeia (UE) e o chefe de Estado francês afirmou recentemente estar pronto para um "diálogo estratégico" para que os países europeus deixem de estar dependentes da dissuasão norte-americana para fazer face às ameaças da Rússia, que continua a apostar no rearmamento, e proteger o continente europeu, que lida desde fevereiro de 2022 com a invasão russa na Ucrânia.  

Leia Também: Zelensky confirma retoma de contactos com os EUA

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