Este anúncio surge quando as autoridades suecas estão a alertar repetidamente para a necessidade do país nórdico se preparar para o risco de guerra.
Com quase 64.000 abrigos, a Suécia é um dos países com o maior número de 'bunkers' do mundo e, desde 2024, a Agência Sueca de Contingências Civis (MSB, na sigla sueca) intensificou as inspeções e os controlos destes abrigos.
A Suécia, o 32.º membro da NATO desde março de 2024, está a investir para melhorar a capacidade de intervenção dos serviços de emergência em caso de conflito, reforçar a cibersegurança e aumentar as reservas de medicamentos.
Está também em curso um vasto projeto de modernização dos grandes abrigos, capazes de acolher milhares de pessoas, anunciou a MSB, num comunicado divulgado na segunda-feira.
Até à data, foram iniciados os trabalhos em 25 dos 80 abrigos especiais.
Durante este ano, a MSB planeia continuar a substituir os filtros para melhorar a proteção contra armas de guerra química e radiológica.
Em janeiro, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, declarou que o país "não está em guerra, mas também não está em paz".
O país nórdico reduziu as despesas militares depois do fim da Guerra Fria, mas inverteu a tendência depois de a Rússia ter anexado a Crimeia em 2014.
Em 2015, o Governo sueco reativou o conceito de "defesa total" e intensificaram esse esforço, na sequência da invasão da Ucrânia em 2022, nomeando um Ministro da Defesa Civil, a par do Ministro das Forças Armadas, para mobilizar toda a sociedade.
Já em 26 de março, a Suécia anunciou um aumento das despesas com a Defesa em 300.000 milhões de coroas (cerca de 28.000 milhões de euros) nos próximos 10 anos.
O objetivo é atingir 3,5% do produto interno bruto (PIB) em 2030, contra os atuais 2,4%, indicou Estocolmo.
Também em 06 de março, a Suécia enviou para a Polónia caças militares Gripen, para missões de vigilância no espaço aéreo do país, a primeira mobilização desde tipo desde que a Suécia se juntou à NATO.
A Suécia desempenha igualmente com um papel fundamental no patrulhamento do mar Báltico, face às ameaças da "frota fantasma" russa, assim designada por ser uma frota paralela para contornar sanções, normas de segurança ou ambientais, e que transporta petróleo bruto e produtos petrolíferos russos.
Esta abordagem russa da utilização da alegada "frota fantasma" foi sancionada pelos 27 países da UE.
Face à ameaça da Rússia, tanto a Suécia, como a Finlândia, têm apostado no reforço militar e preparado os habitantes para um eventual conflito que envolva aquela que é a maior potência nuclear, sobretudo depois da adesão dos dois países à NATO nos últimos dois anos.
Leia Também: EUA? "Se bombardearem, vão forçar o Irão a tomar uma decisão"
