"Os exercícios militares de grande dimensão da China à volta de Taiwan estão a aumentar as tensões no estreito", advertiu em comunicado um porta-voz do Serviço de Ação Externa da UE, tutelado pela alta representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas.
Para o bloco comunitário europeu "a paz e a estabilidade de Taiwan são de importância estratégica para a segurança e prosperidade regional e global", pelo que "é de interesse a preservação do 'status quo' no estreito de Taiwan".
"Opomo-nos a quaisquer ações unilaterais de o alterar pela força ou coerção", indicou o bloco político-económico do qual Portugal faz parte.
Nesse sentido, a União Europeia pediu "contenção de todas as partes", ou seja, de Taipei e de Pequim, para "evitar quaisquer ações que aumentem ainda mais as tensões".
As Forças Armadas chinesas anunciaram hoje novas manobras em torno de Taiwan, envolvendo unidades do exército, marinha, aviação e força de foguetões, "num aviso sério às forças separatistas que procuram a independência da ilha".
Os exercícios foram realizados depois de o líder de Taiwan, William Lai Ching-te, considerado um "independentista" e um "desordeiro" pelo Governo chinês, ter apelidado a China de "força externa hostil" e anunciado iniciativas para travar as operações de "infiltração" de Pequim na ilha.
O líder de Taiwan, William Lai Ching-te, ordenou hoje aos departamentos de segurança e defesa que respondam "com rigor" às novas manobras militares da China em torno da ilha.
As autoridades taiwanesas denunciaram as recentes "ações unilaterais" de Pequim no Estreito de Taiwan e no Indo-Pacífico por "minarem a segurança e a estabilidade regionais", aumentarem as tensões e desafiarem "descaradamente" a ordem internacional.
Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949 e possui o seu próprio exército e um sistema político, económico e social, diferente do da República Popular da China, mas Pequim considera Taiwan uma "parte inalienável" do seu território.
A China intensificou nos últimos anos a pressão sobre o território, organizando com frequência exercícios militares de grande envergadura que simulam um bloqueio marítimo e aéreo da ilha.
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