Israel publica carta em que Hamas exige 500 milhões de dólares ao Irão

O Ministério da Defesa israelita publicou hoje documentos alegadamente apreendidos em Gaza, entre os quais um pedido, em 2021, do antigo líder do Hamas a um comandante iraniano de 500 milhões de dólares, para combater "o inimigo sionista".

Notícia

© AHMAD GHARABLI/AFP via Getty Images

Lusa
06/04/2025 19:23 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

De três documentos alegadamente apreendidos nos túneis de Gaza, uma carta datada de junho de 2021, assinada pelo antigo líder do Hamas Yahya Sinwar e por Mohamed Deif, antigo líder do braço armado do movimento islamista, as Brigadas Al-Qassam, é dirigida ao comandante iraniano da Força Quds, Ismail Qaani.

 

No documento, os líderes do grupo islamista afirmam que as suas "circunstâncias económicas são muito difíceis" e detalham que ainda continuam com o seu "projeto de resistência dentro do país contra o inimigo sionista".

"Precisamos urgentemente de um apoio financeiro de 20 milhões por mês durante dois anos, o equivalente a 500 milhões de dólares [456,3 milhões de euros] em dois anos. Estamos confiantes de que nós e vocês, no final destes dois anos, ou durante, se Deus quiser, erradicaremos esta entidade mutante", refere-se na carta publicada em Israel.

"Juntos, mudaremos a face da região e, se Deus quiser, terminaremos este período negro na história da nossa nação", acrescentou.

Numa declaração, o ministro da Defesa israelita, Israel Katz, disse que o documento apresentado - e publicado por alguns meios de comunicação israelitas - "prova uma ligação direta entre o Irão e Yahya Sinwar e Mohamed Deif como parte do apoio do Irão ao plano do Hamas para destruir Israel".

Outra carta também alegadamente apreendida nos túneis antes controlados pelo Hamas, sem data ou destinatário, assinada por alguém chamado Ramadan, afirma que as suas "circunstâncias económicas são muito difíceis", mas que fornecerão "todas as capacidades" que puderem porque a sua prioridade "é o projeto de resistência dentro do país contra o inimigo sionista".

"A nossa prioridade é apoiar os 'mujahidin' que se mantêm firmes e resistem nas barricadas de confronto com o sionismo, os Estados Unidos e os seus lacaios na região", diz, acrescentando: "Não podemos comprometer-nos com um montante mensal, mas prometemos que, quando o tivermos, forneceremos o que estiver disponível."

O terceiro documento, datado de 27 de outubro de 2020 (antes do pedido de 500 milhões de dólares), é outra carta de Ramadan dirigida a Ismael Haniya, um antigo membro do gabinete político do Hamas, com cópia para Sinwar.

O remetente informa que obteve uma quantia não especificada de dinheiro da Fundação dos Mártires da República Islâmica (uma fundação pública iraniana) para pagar às famílias dos "mártires" (os mortos por Israel) em Gaza.

O conflito atual entre israelitas e o movimento islamista foi desencadeado por um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, com Israel a responder com uma ofensiva que já provocou cerca de 35 mil mortos, segundo balanços das duas partes.

O Hamas controla o pequeno enclave palestiniano com 2,4 milhões de habitantes desde 2007.

Leia Também: Israel ataca Hezbollah durante visita de enviada dos EUA ao Líbano

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas