"As conversações continuarão a ser indiretas, Omã continuará a ser o mediador", afirmou hoje o porta-voz Ismail Baghaei, citado pela agência France-Presse (AFP).
As conversações continuarão no próximo sábado, 19 de abril, exatamente uma semana depois de uma breve troca de palavras entre o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, e o enviado do Presidente dos EUA, Donald Trump, Steve Witkoff.
Apesar deste breve encontro, em que trocaram impressões "construtivas", as conversações principais ocorreram de forma indireta, uma vez que, a pedido de Teerão, Araghchi não negociou frente a frente com Witkoff.
Segundo o porta-voz, que não especificou onde se realizará a próxima ronda, "o único tema de discussão será a questão nuclear e o levantamento das sanções".
A retirada dos EUA, em 2018, do acordo nuclear internacional com o Irão foi parcialmente motivada pela ausência de medidas contra o seu programa de armamento, considerado uma ameaça para o seu aliado israelita.
As conversações entre estes dois países, adversários de longa data e sem relações diplomáticas desde 1980, estão a ser vistas por vários países árabes como um passo para a estabilidade no Médio Oriente e no Golfo Pérsico.
Egito, Arábia Saudita, Qatar e Iraque, assim como a aliança política e económica do Conselho de Cooperação do Golfo, manifestaram o seu apoio às conversações de sábado e aos "contactos diplomáticos e ao diálogo como forma de resolver as questões pendentes entre os EUA e o Irão", noticia a Efe.
O Egito "aprecia a abordagem cooperativa demonstrada" pelos dois países e vincou a esperança de um "acordo que tenha em conta as preocupações e os interesses de ambas as partes e que garanta a segurança e a estabilidade dos países vizinhos".
Iraque, Arábia Saudita e Qatar saudaram o "espírito positivo que prevaleceu e as declarações feitas por ambas as partes", bem como a mediação de Omã. Já o Conselho de Cooperação do Golfo -- que inclui Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Arábia Saudita, Qatar e Omã -- assinalou que os seus membros "procuram sempre soluções pacíficas para os conflitos".
Os Estados Unidos e o Irão iniciaram estas negociações, consideradas de "alto risco" sobre o programa nuclear iraniano, após uma ameaça do Presidente norte-americano de recorrer à ação militar se nenhum acordo for alcançado.
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