O vice-presidente americano converteu-se ao catolicismo e, de acordo com os meios de comunicação social italianos, a sua visita a Itália deverá incluir também uma paragem no Vaticano, uma vez que 18 de abril é Sexta-feira Santa, antes do final do período pascal.
A chefe do Governo italiano e do partido pós-fascista Fratelli d'Italia (FDI), Giorgia Meloni, que atravessará o Atlântico em 48 horas para regressar a Roma e receber JD Vance, não quer ser ultrapassada pelo seu vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, líder da Liga de extrema-direita, que teve uma conversa telefónica com o vice-presidente americano há três semanas.
Há duas semanas, Meloni declarou estar em sintonia com as críticas do vice-presidente americano JD Vance à Europa, onde, segundo aquele, a liberdade de expressão e a democracia estão a recuar.
"Devo dizer que estou de acordo", declarou ao Financial Times, acrescentando: "Há anos que digo (...) que a Europa perdeu um pouco o rumo".
Meloni deslocar-se-á a Washington para se encontrar com Donald Trump, em 17 de abril, para propor a eliminação recíproca das tarifas industriais com a União Europeia (UE), tal como proposto pelo executivo comunitário.
A líder da ultradireita italiana, que mantém boas relações com Trump, anunciou a sua viagem na passada terça-feira, durante uma reunião com empresas italianas para estudar o impacto das tarifas impostas pelos EUA e, pouco depois, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que Trump receberá Meloni para uma "visita oficial de trabalho".
"A negociação deve envolver-nos a todos e a todos os níveis, incluindo nós e, por isso, estarei em Washington em 17 de abril para, obviamente, discutir esta questão com o presidente", disse Meloni aos empresários ao anunciar a visita, segundo fontes governamentais.
Na reunião com os empresários de diferentes setores, argumentou que estas tarifas, de 20% no caso das exportações da UE, "ameaçam ter impacto em empresas particularmente estratégicas" para a Itália, como os setores automóvel e agrícola.
A propósito da visita de Meloni a Washington, num contexto de tensões comerciais, apesar da suspensão provisória dos direitos aduaneiros nos EUA, o chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, recordou ao Corriere della Sera, hoje numa entrevista, que "as relações transatlânticas são uma prioridade da política externa".
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