"Até ao dia 21 de abril, o cumulativo da época chuvosa e ciclónica teve os seguintes impactos: 313 óbitos e 1.255 pessoas feridas", avançou o porta-voz do Conselho de Ministros, Salim Valá, em Maputo.
Segundo novos dados avançados pelo executivo, subiu para 1.855.261 o número de pessoas afetadas pela presente época chuvosa, correspondendo a 407.375 famílias, elevando-se igualmente para 218.367 as casas totalmente destruídas e 197.494 casas parcialmente destruídas.
Moçambique está no fim da época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que, além do Jude, registou ainda os ciclones Chido, em 14 de dezembro, e Dikeledi, em 13 de janeiro, deixando um rasto de mortes e destruição.
O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique através do distrito de Mossuril, tendo feito, pelo menos, 43 mortos, dos quais 41 em Nampula, afetando ainda Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.
As Nações Unidas prometeram em 27 de março defender junto do Governo moçambicano a inclusão do financiamento às tecnologias geoespaciais através do Orçamento do Estado, por serem importantes para reduzir impactos dos desastres naturais.
"Podemos fazer uma advocacia para os Estados-membros das Nações Unidas investirem nestas tecnologias geoespaciais (...), temos de continuar a elevar este assunto no nível político para que o Governo [moçambicano] se comprometa a financiar através do Orçamento do Estado", disse a coordenadora residente das Nações Unidas em Moçambique, Catherine Sozi.
Moçambique é considerado um dos territórios mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.
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