"A França apela a todos os atores sírios e regionais para pararem os confrontos e convida as autoridades sírias a fazerem tudo o que for possível para restaurar a calma", refere um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
Na mesma nota, o Governo francês apela também a "Israel para se abster de ações unilaterais suscetíveis de agravar as tensões comunitárias na Síria".
Quinze combatentes drusos foram mortos na quarta-feira numa emboscada perto de Damasco, anunciou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os combatentes drusos, que se dirigiam para Sahnaya, foram atacados "pelas forças de segurança e por homens armados ligados a elas", segundo o observatório, citado pela agência de notícias France-Presse.
O xeque Hikmat al-Hajri, considerado a mais alta autoridade espiritual dos drusos na Síria, descreveu os acontecimentos em Jaramana e Sahnaya como uma "campanha genocida injustificada" que tem como alvo "civis nas suas casas".
O líder religioso apelou à "intervenção imediata das forças internacionais de manutenção da paz" num comunicado citado pela AFP.
O Governo sírio rejeitou os apelos à "proteção internacional" de "grupos fora da lei", depois de confrontos interétnicos em torno de Damasco, terem matado cerca de 20 pessoas desde terça-feira.
Os drusos, uma comunidade esotérica descendente de um ramo do Islão, são vistos com desconfiança pela corrente sunita extremista de onde provêm as novas autoridades da Síria.
Representam cerca de 3% da população síria e vivem principalmente no sul, nomeadamente na província de As-Suwayda, perto de Israel, mas também em bolsas no noroeste e perto da capital, Damasco.
A comunidade tem tentado manter-se afastada da guerra civil, desencadeada pela repressão sangrenta do regime de Bashar al-Assad a uma revolta popular em 2011, que tem devastado o país.
Os drusos, cujo número é calculado em cerca de 700.000, concentraram-se sobretudo na proteção dos seus territórios e evitaram em grande medida o recrutamento forçado para o exército sírio.
Além da Síria, incluindo os Montes Golã sob ocupação israelita, a comunidade drusa vive sobretudo no Líbano e em Israel.
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