Como vai decorrer o conclave? Eis tudo sobre a reunião

Um juramento de segredo de eclesiásticos e laicos antecede hoje o conclave que se reunirá a partir de quarta-feira para eleger o novo Papa que substituirá Francisco, que morreu no dia 21.

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© Maria Grazia Picciarella/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
05/05/2025 15:53 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Conclave

Seguem-se alguns pontos essenciais do conclave, em que deverão participar 133 cardeais eleitores.

 

 

Onde e quando?

Na quarta-feira e antes do início do conclave, às 16:30 (15:30 em Lisboa), os cardeais participam numa missa celebrada pelo cardeal decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, na basílica São Pedro.

Às 16h15 (15h15), encontram-se na capela Paulina.

Os cardeais da Igreja latina vestem os cardeais vestem trajes vermelhos, simbolizando o sangue de Cristo e dos mártires. Os cardeais das Igrejas Orientais usam trajes próprios.

Enquanto entoam a litania dos santos, os cardeais dirigem-se em procissão para a Capela Sistina, famosa pelos frescos de Michelângelo.

Terminado o último canto litúrgico, "Veni Creator", pronunciam o juramento de segredo, iniciando-se em seguida o conclave.

Se no século XIII, foram precisos cerca de três anos para escolher o papa Gregório X, naquele que foi o mais longo conclave até agora, as reuniões modernas duram apenas alguns dias. Em 2013 e em 2005, François e o antecessor Bento XVI foram eleitos ao fim de dois dias de votações.

A eleição decorre à porta fechada na Capela Sistina. Cada cardeal está identificado e a reunião termina assim que o papa é eleito.

 

Os participantes

Os 252 cardeais da Igreja foram chamados ao Vaticano logo após a morte de Francisco.

Há 135 cardeais eleitores, com menos de 80 anos, mas o Vaticano indicou que dois não vão participar no conclave por estarem doentes, pelo que só 133, que já estão em Roma, deverão participar. O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e um dos favoritos à eleição, vai presidir ao conclave.

O jesuíta argentino nomeou 80% dos atuais cardeais, dando assim mais peso à Ásia e a África.

Os cardeais com mais de 80 anos não podem votar, mas podem estar nas congregações gerais antes do conclave, nas quais são discutidos os problemas da Igreja Católica.

Foi nestas reuniões, em 2013, que o então cardeal Jorge Mario Bergoglio falou sobre a necessidade de a Igreja ir às "periferias existenciais" para encontrar os que sofrem, num discurso improvisado que ajudou à eleição.

 

Segurança e segredo

A palavra conclave vem do latim "cum" (com) e "clavis" (chave), ou literalmente "local fechado à chave".

As deliberações são realizadas no maior segredo, sob pena de excomunhão.

A maioria dos cardeais fica alojada na Casa Santa Marta, no Vaticano. Não podem ler jornais, ouvir rádio ou ver televisão. A internet está igualmente proibida, tal como telefones, exceção feita para "razões muito graves e urgentes".

Apenas os "príncipes da Igreja" estão presentes no momento do voto.

A eleição secular de um papa está definida pormenorizadamente na Constituição Apostólica "Universi Dominici Gregis" ["Todo o Rebanho do Senhor", publicada em 22 de fevereiro de 1996, pelo papa João Paulo II.

 

 Como decorre o voto

Depois de o mestre das celebrações litúrgicas pontifícias, monsenhor Diego Ravelli, pronunciar as palavras "Extra Omnes", que em latim significa "todos para fora", todos os presentes abandonam a Capela Sistina para dar início ao processo de votação.

Os lugares do conclave serão fechados por dentro (responsabilidade do cardeal camerlengo, Kevin Joseph Farrel) e por fora (responsabilidade do substituto da Secretaria de Estado, arcebispo Edgar Peña Parra).

Os cardeais votam em boletins secretos. Em teoria, é proibido votar em si mesmo.

Se nenhum cardeal obtiver dois terços dos votos, ou 89, os eleitores passam imediatamente a uma segunda votação. Estão previstos quatro escrutínios por dia, dois de manhã e dois à tarde, até que seja proclamado um papa.

Ao fim de três dias sem resultados, o escrutínio é interrompido para um dia de orações. Em seguida, decorrem novas séries de votações até ser alcançada uma eleição.

Qualquer católico batizado do sexo masculino pode ser eleito papa, mas desde 1378, só os cardeais são escolhidos. Os cardeais com mais de 80 anos podem ser eleitos papa, mesmo que não possam estar presentes na sala para votar.

A alteração mais notável introduzida por Bento XVI à Constituição Apostólica de 1996 foi a exclusão da possibilidade de um papa ser eleito por maioria simples em caso de impasse na votação.

Bento decretou ser sempre necessária uma maioria de dois terços, independentemente do tempo que demorar, para evitar que os cardeais aguentem os 12 dias previstos por João Paulo II e depois façam passar um candidato com uma escassa maioria.

Se o conclave durar tanto tempo, os dois candidatos mais votados vão a uma segunda volta, sendo necessária uma maioria de dois terços para ganhar. Nenhum dos dois primeiros candidatos vota na segunda volta.

 

Anúncio oficial

Os boletins de voto são perfurados e queimados num forno cilíndrico no final da sessão de votação, existente na Capela Sistina e visível da praça de São Pedro.

Da chaminé sairá fumo negro se nenhum papa tiver sido escolhido e fumo branco em caso de eleição, produzidos com a adição de cartuchos químicos, para eliminar qualquer confusão quanto à cor.

Também são tocados sinos para assinalar a eleição e garantir maior clareza.

Uma vez eleito, o novo papa deve responder a duas perguntas do cardeal decano: "Aceita a eleição canónica como Sumo Pontífice? Por que nome quer ser chamado?". Ao responder "sim" à primeira, o eleito torna-se de imediato papa e bispo de Roma.

Em seguida, o cardeal proto diácono, Dominique Mamberti, anuncia aos crente, a partir da varanda da basílica São Pedro: "Habemus Papam! ("Temos papa!") e o nome papal escolhido.

Nessa altura, o novo papa aparece na varanda e dá a primeira bênção.

Leia Também: Capela Sistina prepara-se para a escolha do novo Papa. Veja as imagens

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