Líder chinês e chefe da junta birmanesa discutem reconstrução pós-sismo em Myanmar

O chefe da junta militar birmanesa e o Presidente chinês discutiram em Moscovo a reconstrução de Myanmar após o sismo de março, que causou mais de 3.700 mortos, informou hoje um jornal oficial birmanês.

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© ZAW HTUN/AFP via Getty Images

Lusa
10/05/2025 08:00 ‧ há 1 hora por Lusa

Mundo

Myanmar

Numa reunião invulgar, realizada na sexta-feira à margem das celebrações do Dia da Vitória na Rússia, Xi Jinping comprometeu-se a prestar a assistência necessária à reconstrução do país vizinho e a contribuir para o desenvolvimento e a estabilidade de Myanmar, noticiou o diário controlado pelos militares The Global New Light of Myanmar.

 

Já Min Aung Hlaing, que tem vindo a promover a agenda internacional birmanesa desde o terramoto, deixou agradecimentos a Pequim, que tem investimentos significativos em Myanmar, país mergulhado numa crise profunda na sequência do golpe militar de 2021.

Acredita-se que esta foi a primeira vez que o líder chinês e o general birmanês se encontraram pessoalmente desde a revolta.

O golpe militar isolou o país da comunidade internacional e Min Aung Haling foi proibido de participar nas cimeiras de líderes da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), da qual Myanmar é membro. Em contrapartida, tem feito algumas viagens à Rússia, principal fornecedor de armas da junta militar.

Desde o terramoto de magnitude 7,7, que atingiu o centro-norte do país, a 28 de março, o general birmanês deslocou-se duas vezes a Banguecoque, para participar numa cimeira regional, dos países da Baía de Bengala, e para se encontrar com o primeiro-ministro da Malásia, país que detém a presidência rotativa da ASEAN este ano.

Durante o encontro com Xi, os militares birmaneses reiteraram o plano, muitas vezes adiado, de realizar eleições gerais antes do final do ano. Este plano é considerado uma farsa por opositores e grupos independentes.

O Burma UK, organização antimilitar, afirmou em comunicado que o regime birmanês está a "explorar em próprio benefício" a situação catastrófica pós-terramoto, numa tentativa de ganhar "legitimidade internacional".

"Os meios de comunicação social controlados pelos militares e as redes sociais estavam cheios de fotografias de Min Aung Hlaing a falar ao telefone com Presidentes e primeiros-ministros da região, vários dos quais rejeitaram-no desde o golpe de Estado", afirmou em comunicado o diretor do grupo, Mark Farmaner.

O golpe de 01 de fevereiro de 2021 pôs fim a uma década de transição democrática em Myanmar e aprofundou a guerra de guerrilha que dura há décadas no país.

Leia Também: Exército de Myanmar anuncia nova trégua para reconstrução após terramoto

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