A administração republicana tinha avançado no final de abril os seus planos para acabar com o Estatuto de Proteção Temporária (TPS) para pessoas do Afeganistão e várias organizações de direitos humanos apresentaram uma ação judicial na semana passada para bloquear a decisão.
Em comunicado, o Departamento de Segurança Interna (DHS) formalizou hoje o fim do programa e explicou que, segundo a administração Trump, a situação no Afeganistão, liderado pelos talibãs desde 2021, "melhorou" e os migrantes que fugiram após a partida das tropas norte-americanas podem regressar a casa.
"Houve melhorias significativas na segurança e na situação económica, pelo que exigir que os cidadãos afegãos regressem ao Afeganistão já não representa uma ameaça à sua segurança pessoal", afirmou o DHS no texto.
Mais de 9.000 afegãos dependem do TPS para viver e trabalhar legalmente nos EUA.
O antigo presidente democrata Joe Biden (2021-2025) decidiu prolongar a proteção um ano após a saída dos EUA do Afeganistão em 2021, o que desencadeou uma situação política e social turbulenta com o regresso rápido dos talibãs ao poder.
Na ação judicial contra a decisão de acabar com o TPS para o Afeganistão, as organizações não-governamentais denunciam que o regresso de pessoas deste país já instaladas nos EUA as colocaria em "perigo" ao mandá-las de volta para um país afetado por "fome e violações dos direitos humanos".
Por sua vez, as organizações acusam o governo de não ter seguido os procedimentos legais adequados e de ser motivado por preconceitos raciais.
O governo talibã do Afeganistão e os Estados Unidos têm vindo a tomar medidas para melhorar as suas relações. Uma delegação de alto nível norte-americana visitou Cabul no início de abril, o primeiro encontro direto conhecido desde que os talibãs chegaram ao poder em agosto de 2021.
Os talibãs têm instado constantemente os EUA a reavaliarem a sua abordagem ao Afeganistão, tendo uma visão realista da situação atual no país.
Apesar do seu controlo sobre o Afeganistão, o governo talibã não é formalmente reconhecido pela comunidade internacional.
Isto representa um grande desafio para os esforços dos talibãs para interagir com os EUA e outras nações na cena internacional, uma vez que limita as interações diplomáticas e o acesso à ajuda internacional e aos sistemas financeiros.
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