"O infiel Trump visitou vários países da região esta semana. O objetivo é claro: financeiro, ganhar dinheiro e também político", declarou Al-Huti num discurso televisivo, no qual criticou abertamente a influência norte-americana e israelita no mundo árabe.
O líder do grupo xiita apoiado pelo Irão afirmou que a relação de Washington com os governos árabes, mesmo aqueles que são aliados dos Estados Unidos, assenta na coerção.
"A política dos Estados Unidos em relação a esta região e aos regimes árabes sempre foi de chantagem, e não os trata com o mínimo respeito", criticou, antes de acusar Washington de usar táticas de intimidação e de retratar os governos do Médio Oriente como incapazes de se sustentarem "sem a proteção americana".
O líder rebelde alegou que Israel é também cúmplice no que chamou exploração financeira e política do mundo árabe.
"Os israelitas são cúmplices de tudo o que os americanos recebem. O que os americanos recebem destes regimes é enorme: biliões de dólares", declarou, apontando a pressão exercida pelos Estados Unidos para que os governos árabes normalizem as relações com Israel.
Em 06 de maio, Omã anunciou que os Hutis e os Estados Unidos concordaram com um cessar-fogo, pouco depois de o Presidente norte-americano declarar o fim dos ataques no Iémen, apesar de persistirem as hostilidades entre o grupo rebelde e Israel.
O enviado da ONU para o Iémen manifestou na quarta-feira preocupação com a "escalada perigosa" entre Israel e os Hutis, quando o Exército israelita continua os ataques de retaliação às ações hostis do grupo iemenita.
Os Hutis iniciaram ataques contra a navegação comercial na região do Mar Vermelho, em novembro de 2023, para prejudicar economicamente Israel, em alegada solidariedade com o grupo islamita palestiniano Hamas na guerra na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que lançou dezenas de ataques diretos contra território israelita.
As ações dos Hutis no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma região vital para o comércio global, levaram ao início de campanhas de bombardeamento no Iémen por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Os Hutis integram o chamado "eixo de resistência" liderado pelo Irão contra Israel, de que fazem parte outros grupos radicais da região, como o Hezbollah libanês e os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica.
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