"Deixei claro que participamos em operações de ajuda humanitária de acordo com os nossos princípios básicos. Como temos afirmado repetidamente, este plano de distribuição não está de acordo com os nossos princípios básicos, incluindo os da imparcialidade, da neutralidade e da independência, e não participaremos nele", disse Fahan Haq, porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Nenhuma ajuda humanitária entrou em território palestiniano desde 02 de março, embora esta assistência seja vital para 2,4 milhões de habitantes na Faixa de Gaza.
Na quarta-feira, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) anunciou que planeia começar a distribuir ajuda no enclave palestiniano, sitiado por Israel até ao final de maio.
Pouco se sabe sobre esta fundação, que tem sede em Genebra, mas os Estados Unidos endossaram a iniciativa na semana passada, sem divulgar se estavam a contribuir diretamente para a mesma.
Há várias semanas que a ONU exige a reabertura da Faixa de Gaza para ajuda humanitária, mas opõe-se aos planos alternativos propostos por Israel e por esta nova fundação, argumentando em privado que muitos residentes seriam excluídos dessa ajuda.
"A ONU tem um plano, um excelente plano pronto a ser implementado assim que pudermos fazer o nosso trabalho", insistiu Farhan Haq, lembrando que camiões carregados com 171 mil toneladas de alimentos estão à espera de entrar no território.
Contudo, o embaixador israelita na ONU, Danny Danon, que reiterou que o país não vai permitir o regresso ao anterior sistema de ajuda, alegando apenas beneficiar o movimento islamita Hamas, pediu a António Guterres para que "reveja a abordagem" a este novo plano de distribuição de ajuda.
Danon assegurou que Israel facilitará o trabalho da fundação, mas não o financiará.
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