A ascensão da direita radical e da extrema-direita na Europa: O essencial

Na sequência dos resultados eleitorais em Portugal, na Polónia e na Roménia, eis um resumo da ascensão da extrema-direita radical e nacionalista na Europa nos últimos anos, feito pela agência de notícias France-Presse (AFP):

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Lusa
19/05/2025 13:22 ‧ há 6 horas por Lusa

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Novos avanços

Em Portugal, o partido de extrema-direita Chega ultrapassou pela primeira vez a fasquia dos 20% nas eleições legislativas antecipadas de domingo.

A coligação AD do governo cessante, de direita moderada, formada por PSD e CDS-PP, venceu as eleições sem maioria absoluta e deverá ser chamada a formar governo.

O Chega ameaça ultrapassar o Partido Socialista como principal força da oposição, de acordo com os resultados quase definitivos, que não incluem os círculos eleitorais no estrangeiro.

 

Na primeira volta das eleições presidenciais polacas, o presidente da câmara de Varsóvia, Rafal Trzaskowski, que estava ligeiramente à frente, vai disputar a segunda volta com o historiador nacionalista Karol Nawrocki (apoiado pelo partido Lei e Justiça, PiS), em 1 de junho.

 

Na Roménia, George Simion, um candidato soberanista e fervoroso admirador do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estava à beira da presidência após a primeira volta, em 4 de maio.

Acabou por ser derrotado no domingo pelo presidente da câmara de Bucareste, Nicusor Dan, centrista e pró-europeu.

 

O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) duplicou o resultado nas eleições parlamentares de fevereiro, passando para 20,8%, atrás dos democratas-cristãos liderados por Friedrich Merz.

Merz formou um governo de coligação com os sociais-democratas (SPD) e foi eleito chanceler a 6 de maio.

 

Na Bélgica, o partido de extrema-direita Vlaams Belang (VB) aumentou o número de votos nas eleições gerais de junho de 2024, tanto no Parlamento flamengo (31 lugares em 124) como a nível federal, em que é também o maior grupo da oposição, com 20 deputados.

 

Nas eleições gerais de julho de 2024 no Reino Unido, ganhas pelos trabalhistas, o partido anti-imigração Reform UK, de Nigel Farage, obteve cerca de 14% dos votos, ganhando os primeiros cinco deputados.

O partido de Farange conseguiu um novo avanço nas eleições locais do início de maio.

 

No poder em Itália e na Hungria

Em Itália, Giorgia Meloni, cujo partido pós-fascista Fratelli d'Italia obteve uma vitória histórica nas eleições de 2022, lidera o governo desde outubro desse ano, em coligação com outro partido de extrema-direita, a Liga de Matteo Salvini, e o partido conservador Forza Italia.

 

Na Hungria, o ultranacionalista Viktor Orbán, primeiro-ministro desde 2010, foi reeleito em abril de 2022 para um quarto mandato consecutivo, na sequência da vitória esmagadora do seu partido, o Fidesz, nas eleições legislativas.

A coligação no poder inclui o partido democrata-cristão KDNP.

Orbán, próximo da Rússia, está a preparar-se para disputar eleições gerais na primavera de 2026.

 

Outros governos de coligação

Nos Países Baixos, o líder de extrema-direita Geert Wilders, cujo Partido da Liberdade (PVV) ficou em primeiro lugar nas legislativas de novembro de 2023, assinou um acordo de coligação com três partidos de direita em maio de 2024.

Para o efeito, teve de renunciar às ambições de se tornar primeiro-ministro, cargo atribuído a Dick Schoof.

 

Na Eslováquia, o primeiro-ministro nacionalista Robert Fico (partido Smer-SD) regressou ao poder em outubro de 2023.

Um dos poucos dirigentes da UE próximos da Rússia, aliou-se ao partido centrista Hlas-SD e ao partido de extrema-direita SNS.

 

Na Finlândia, o Partido dos Finlandeses, de extrema-direita, que ficou em segundo lugar nas eleições legislativas de abril de 2023, é membro da coligação governamental formada pelo conservador Petteri Orpo (Coligação Nacional, centro-direita).

 

Apoio sem participação na Suécia

Na Suécia, o partido de extrema-direita Democratas da Suécia (SD), que ficou em segundo lugar nas legislativas de 2022, não tem representante no governo, mas está estreitamente envolvido nas decisões do executivo.

O líder conservador Ulf Kristersson tornou-se chefe de governo ao formar um bloco maioritário com o apoio do partido.

 

Êxito eleitoral

Noutros países, a extrema-direita parecia estar à beira do poder, mas ainda não o conseguiu.

 

O Partido da Liberdade austríaco (FPO), fundado por antigos nazis e agora liderado por Herbert Kickl, obteve uma vitória histórica nas eleições de setembro de 2024, mas não conseguiu encontrar parceiros para formar governo.

 

Em França, uma Frente Republicana formada para as legislativas do verão de 2024 impediu o Rassemblement National (RN) de chegar ao poder.

Mas o partido de extrema-direita, cuja líder Marine Le Pen foi à segunda volta nas duas últimas eleições presidenciais, é atualmente o maior partido numa Assembleia Nacional sem maioria.

Leia Também: Crescimento do Chega resulta do "afastamento das pessoas da política"

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