"Os níveis de risco aumentaram drasticamente", afirmou Kellogg, em declarações ao canal de televisão Fox News.
O responsável norte-americano referia-se aos ataques ucranianos a várias bases na Sibéria e no extremo norte da Rússia realizados no domingo.
A Ucrânia atacou aviões militares russos em vários aeródromos a milhares de quilómetros das suas fronteiras, depois de contrabandear 'drones' explosivos para a Rússia numa operação complexa.
A operação foi concretizada com pequenos 'drones', lançados a partir de camiões estacionados perto do alvo, e, de acordo com Kyiv, destruiu um terço dos aviões militares da Rússia que integram um dos três elementos da estratégia nuclear de Moscovo, juntamente com os submarinos atómicos e os mísseis intercontinentais.
"Quando se ataca parte do sistema nacional de suporte de vida de um adversário, que é a 'tríade nuclear', isso significa que o seu nível de risco aumenta porque não se sabe o que o outro lado vai fazer", considerou o enviado norte-americano.
"Sempre que se ataca a tríade [nuclear], não é tanto o dano que se inflige que importa, mas o impacto psicológico que se tem", sublinhou Keith Kellogg, acrescentando que a Ucrânia "não recua" e "pode elevar o risco a níveis inaceitáveis", sem especificar se seriam inaceitáveis para Washington ou para Moscovo.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e tem realçado o seu poder nuclear, de forma a impedir os aliados de Kyiv de intervirem militarmente no conflito.
Moscovo fez questão de relembrar ao mundo o seu potencial nuclear, nomeadamente quando lançou um novo míssil de médio alcance, o 'Oreshnik', contra a Ucrânia, em novembro de 2024, um projétil que é capaz de transportar uma ogiva nuclear.
Esta não é a primeira vez que a Ucrânia ataca instalações-chave da dissuasão nuclear russa.
Na primavera de 2024, a Ucrânia já tinha atingido sistemas de radar de alerta precoce, utilizados para alertar para um ataque balístico contra a Rússia.
Apesar de o ataque ter acontecido no domingo, só hoje a presidência russa (Kremlin) reagiu, admitindo que vários bombardeiros foram destruídos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, avançou ter sido um crime que vai ser investigado e disse que os 'drones' usados na operação (apelidada de "Teia de Aranha") conseguiram atingir os aeródromos de Irkutsk e Murmansk.
O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não fez qualquer comentário sobre o ataque.
Leia Também: Enviado norte-americano revela proposta de zona tampão de 30 quilómetros