Os pais da mulher de 45 anos que foi assassinada pelo companheiro de 43 anos, na madrugada do dia 30 de janeiro, em Almoinha, no concelho de Sesimbra, viram a sua habitação ser vendida para suportar uma “grande dívida” da casa da filha, da qual eram fiadores. Os idosos enfrentam, agora, “um despejo iminente”, pelo que a família lançou uma angariação de fundos “para que possam comprar ou arrendar um novo lar”.
“É com o coração pesado que venho pedir ajuda, especialmente para os meus sogros, Rosa Santos e Aristides Santos, que enfrentam agora uma situação insustentável após o assassinato brutal da sua filha e neta”, lê-se na angariação de fundos lançada há três dias na plataforma GoFundMe.
A cunhada da vítima, que assumiu estar a aceder a um pedido da filha, que “era muito próxima da sua prima Maria (que não era apenas a sua única amiga, mas como uma irmã para ela) e quer fazer algo para ajudar os avós neste momento tão difícil”, deu conta de que a família descobriu que “a Rute acumulou uma grande dívida relacionada com a sua casa” e, como os seus sogros eram fiadores, “a casa deles já foi vendida e agora enfrentam um despejo iminente”.
“Eles são pessoas trabalhadoras, generosas e que passaram uma vida inteira a construir um lar, apenas para agora perderem tudo devido a circunstâncias completamente fora do seu controlo. A Rute nunca partilhou este peso com ninguém e, agora, além da dor inimaginável que sentem, correm o risco de ficar sem um teto”, lamentou.
De acordo com a nota, seriam necessários 170 mil euros para recuperar a casa, valor que a família não tem. Contudo, o seu “maior desejo é conseguir, pelo menos, angariar fundos suficientes para que possam comprar ou arrendar um novo lar, garantindo que permaneçam perto da única sobrevivente desta tragédia”, nomeadamente a bebé de 16 meses, que “também precisará de todo o amor e apoio possíveis”.
Até à data de publicação desta notícia, a angariação de fundos acumulou 4.029 euros de um objetivo de 16 mil euros.
Recorde-se que, naquela noite, o homem matou a parceira e a enteada de 17 anos, antes de colocar termo à própria vida. Quando os serviços de emergência chegaram ao local, depararam-se com três cadáveres e uma bebé de 16 meses, que escapou ilesa e foi entregue a familiares.
O tenente-coronel Adérito Rodrigues, do Comando Territorial de Setúbal, adiantou à agência Lusa que os militares da guarda foram alertados através do número nacional de emergência para um caso de violência doméstica pelas 1h30.
Para o local foram mobilizados 12 operacionais dos bombeiros, apoiados por cinco viaturas, além da Guarda Nacional Republicana (GNR) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
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Se estiver a sofrer com alguma doença mental, tiver pensamentos auto-destrutivos ou simplesmente necessitar de falar com alguém, deverá consultar um psiquiatra, psicólogo ou clínico geral. Poderá ainda contactar uma destas entidades:
SOS Voz Amiga (entre as 15h30 e 00h30, número gratuito) 800 100 441 (entre as 16h e as 00h00) 213 544 545 - 912 802 669 - 963 524 660
Conversa Amiga (entre as 15h e as 22h) - 808 237 327 (número gratuito) e 210 027 159
SOS Estudante (entre as 20h e a 1h) - 239 484 020 - 915246060 - 969554545
Telefone da Esperança (entre as 20h e as 23h) - 222 080 707
Telefone da Amizade (entre as 16h e as 23h) – 228 323 535
Todos estes contactos garantem anonimato tanto a quem liga como a quem atende. No SNS24 (808 24 24 24 - depois deve selecionar a opção 4), o contacto é assumido por profissionais de saúde. A linha do SNS24 funciona 24 horas por dia.
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