O cantor Nininho Vaz Maia foi constituído arguido por suspeitas de branqueamento de capitais na sequência das buscas realizadas na manhã desta terça-feira no âmbito de uma investigação por tráfico de droga por via aérea. O músico não é, contudo, o principal visado da operação, da qual já resultaram dois detidos.
Em comunicado entretanto divulgado, a Polícia Judiciária (PJ) diz que realizou 33 buscas domiciliárias e não domiciliárias na região da Grande Lisboa, no âmbito da operação SKYS4ALL "que culminou com a detenção de dois cidadãos nacionais e a constituição de três arguidos", um deles Nininho Vaz Maia.
"A operação teve em vista a recolha de prova, sobre as presumíveis atividades ilícitas, de um grupo criminoso, que se dedicava ao tráfico de estupefacientes por via aérea e branqueamento de capitais", explica esta força de investigação criminal.
Além do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram ainda apreendidas cinco viaturas, duas armas de fogo, uma elevada quantidade de dinheiro em numerário, diverso material de comunicações e documentação, acrescenta a PJ.
Em causa está a alegada prática dos crimes de tráfico de estupefacientes e de substâncias e métodos proibidos, além de branqueamento de capitais.
Na operação SKYS4ALL estiveram empenhados 80 elementos da PJ, um juiz de instrução criminal e um magistrado do Ministério Público.
As buscas estiveram a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, da PJ.
As investigações prosseguem, sob a direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, distrito de Lisboa.
"Nininho está inocente"
Já ao início da tarde, a equipa do cantor emitiu um comunicado, onde garantiu que o músico está inocente e a colaborar com a Justiça.
"Importa deixar absolutamente claro que o Nininho está inocente e que confiamos plenamente na Justiça e estamos certos de que tudo será esclarecido com brevidade. Reafirmamos total disponibilidade para colaborar com as autoridades em tudo o que for necessário, mas rejeitamos qualquer associação precipitada", lê-se num comunicado enviado à agência Lusa pela equipa do cantor.
O comunicado explica que, pelas 07h00 de hoje "a Polícia Judiciária dirigiu-se à casa do Nininho Vaz Maia, no âmbito de uma investigação em curso".
"Foram realizadas buscas e o Nininho foi acompanhado para prestar declarações, colaborando desde o primeiro momento com as autoridades", refere a nota de imprensa.
O cantor, de 37 anos, assumiu anteriormente e publicamente ter estado em prisão domiciliária há mais de uma década devido a uma rixa.
Das oficinas ao sistema de comunicação encriptado
Nos meios de comunicação social, têm sido adiantados vários detalhes sobre a operação. De acordo com SIC Notícias, a PJ entrou na casa do artista por volta das 07h00, à procura de droga, mas nada foi encontrado. O músico esteve na Polícia Judiciária e, apesar de não ter ficado detido, foi-lhe apreendido o telemóvel.
A estação de televisão diz também que Nininho Vaz Maia é suspeito de transportar droga para Espanha e adianta que a polícia suspeita que a alegada rede de tráfico usava um sistema de comunicação encriptado, a Sky, daí o nome escolhido para esta operação ter sido SKYS4ALL.
Por outro lado, a CNN Portugal noticia que, além dos dois suspeitos já detidos, há outros dois em fuga, incluído o principal suspeito da rede de tráfico. A estação de Queluz de Baixo avança ainda que, entre os alvos das buscas, estão oficinas de automóveis, umas das quais localizada na Ameixoeira, em Lisboa.
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