No âmbito da operação 'Finoplast', foram feitas seis buscas em Espanha, França e Portugal e detidas cinco pessoas, estando outras 15 a ser investigadas por "tráfico ilegal de mais de 41.000 toneladas de lixo", nomeadamente, plásticos oriundos da agricultura, segundo um comunicado da Guarda Civil espanhola, a força policial que coordenou a investigação.
A Guarda Civil diz que foi "detida uma organização criminosa" e que a maioria dos plásticos traficados foram transportados em camiões portugueses para diversos pontos de armazenamento em Espanha, a partir de onde eram enviados para países de todo o mundo (Índia, Turquia, Vietname, Malásia, Tailândia, China, Paquistão, Reino Unido, Angola, Brasil, Marrocos ou Emirados Árabes Unidos).
Foram transportados desta forma, desde Portugal e França para Espanha, 18.800 toneladas de plástico, segundo a investigação.
"Este lixo era transportado por camiões portugueses de grande tonelagem aproveitando viagens de regresso entre os dois países [Portugal e França]", sendo depositados na região de León e Valência (noroeste e leste de Espanha), sem as autorizações devidas, explica a Guarda Civil.
"Terão sido transportadas desde Franca e Portugal apara Espanha de forma ilegal mais de 18.800 toneladas de resíduos. Parte desse lixo era abandonado nas instalações [onde eram depositadas] e o resto era enviado para países terceiros de maneira ilegal, fazendo-o passar por matéria-prima ou falsificando a documentação ambiental", lê-se no comunicado divulgado hoje.
A Guarda Civil identificou o envio de cerca de 22.785 toneladas de plásticos para diversos países e diz haver suspeita de envolvimento de "várias empresas ligadas à gestão de resíduos plásticos" espanholas, que carregavam os contentores e dissimulavam ou ocultavam os plásticos.
A investigação foi levada a cabo, em Espanha, pela Guarda Civil espanhola e contou com a colaboração, em território português e francês, da Polícia Judiciária e da Guarda Nacional francesa ('Gendarmerie'), em coordenação com o Eurojust e a Europol.
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