Crise "a ser levada ao extremo devido a questão pessoal" de Montenegro

A socialista e autarca Inês de Medeiros disse hoje ver com "grande preocupação" a atual crise política que considera estar a ser "levada ao seu extremo devido a uma questão pessoal do primeiro-ministro".

Notícia

© Global Imagens

Lusa
06/03/2025 23:32 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Inês de Medeiros

"Acho que isto não é uma crise política como outra qualquer. Estamos aqui a falar de uma crise política provocada, infelizmente, por um caso pessoalíssimo do primeiro-ministro. Esta crise política é, de facto, levada ao seu extremo devido a uma questão pessoal do primeiro-ministro", referiu a autarca em declarações à agência Lusa.

 

Enquanto autarca Inês de Medeiros manifesta-se preocupada, tal como refere ter ficado com a crise de há um ano e meio, por considerar que muitos projetos ficaram parados e prejudicados.

"Esta crise política naturalmente que nos preocupa a todos", disse.

Inês de Medeiros considera ainda que não é um ato eleitoral "que apaga a gravidade do caso" pelo que lamenta que o país esteja outra vez mergulhado numa situação de crise politica de incerteza.

"Num ano vamos ter três eleições, vamos ter as legislativas primeiro, depois as autárquicas e, por fim, as presidenciais, o que significa que, num período muitíssimo crítico, a instabilidade é total", disse.

A autarca socialista disse ainda que enquanto presidente da Câmara de Almada, vê com preocupação a atual situação tendo em conta que a sua autarquia vive problemas seríssimos e com dificuldade em ter respostas eficazes e atempadas.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na quarta-feira, na abertura da moção de censura apresentada pelo PCP, que o Governo avançaria com uma proposta de uma moção de confiança ao executivo pelo parlamento, "não tendo ficado claro" que os partidos dão ao executivo condições para continuar.

Montenegro admitiu que "a antecipação de eleições não é desejável", mas será "um mal necessário para evitar a degradação das instituições e a perda da estabilidade política".

O Conselho de Ministros reuniu-se por via eletrónica hoje de manhã e aprovou o texto da moção de confiança que será entregue no parlamento e que, em caso de rejeição, implica a demissão do Governo.

A moção de confiança, intitulada "Estabilidade efetiva, com sentido de responsabilidade", defende que "o país precisa de clarificação política" perante dúvidas levantadas quanto à vida patrimonial e profissional do primeiro-ministro, sendo "hora de cada um assumir as suas responsabilidades".

A moção de confiança vai ser discutida e votada na terça-feira à tarde, confirmou à Lusa fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República.

De acordo com a mesma fonte, José Pedro Aguiar-Branco consultou os partidos e teve a concordância de todos para que o debate da moção de confiança decorra na próxima terça-feira, a partir das 15h00.

Hoje, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou fundamental que a incerteza política seja "reduzida ao mínimo" e que as eleições autárquicas e presidenciais decorram "em normalidade".

Leia Também: Almada aprova voto de protesto contra constrangimentos na Fertagus

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas