As afirmações foram proferidas por Francisco César, na sexta-feira à noite, durante a sua intervenção na sessão de encerramento das jornadas parlamentares da delegação portuguesa do Grupo dos Socialistas & Democratas (S&D) ao Parlamento Europeu, que decorreram na ilha de São Miguel.
Citado numa nota de imprensa divulgada pelo PS/Açores, o líder regional socialista concretizou que a situação pode prejudicar os Açores em investimentos fundamentais como "a ampliação do Porto das Flores ou a reparação do Hospital [de Ponta Delgada]", ou "na revisão da Lei de Finanças das Regiões Autónomas e na própria execução do Orçamento".
Francisco César afirmou que o PS não tem medo de um eventual cenário de eleições antecipadas, defendendo a importância de os portugueses "poderem ser esclarecidos".
Segundo o líder regional do PS/Açores, citado na nota de imprensa, à instabilidade nacional, europeia e nos Estados Unidos, soma-se a instabilidade vivida na região.
Por outro lado, alertou para a situação regional, criticando a atuação do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM.
"Este Governo tem, neste momento, um processo na União Europeia de reestruturação da SATA. Nós sabemos que o processo não está a ser cumprido e vamos ter de exigir, junto da Comissão Europeia, mais tempo e condições, e isso não poderá acontecer quando não temos um Governo da República com capacidade política, e quando na região estamos numa situação muito complicada em que nem conseguimos pagar à empresa pública de que somos proprietários aquilo que lhe devemos", apontou.
Francisco César apontou a situação das finanças regionais que estão em "quase banca rota" e a questão do processo de reconstrução do Hospital de Ponta Delgada, afetado pelo incêndio em maio de 2024.
A "solução deste Governo é a de dar à República a responsabilidade de pagar tudo aquilo que nós, por incompetência na nossa gestão, deixamos de conseguir pagar e de conseguir saber gerir", acrescentou.
Na ocasião, o líder regional socialista deixou também críticas ao Governo Regional em matéria de execução de fundos comunitários, lamentando que a região, "que sempre foi uma das melhores, seja hoje uma das piores, nomeadamente ao nível do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]".
"Nós temos preocupações do ponto de vista da nossa mobilidade, da aposta da nossa educação, do combate às dependências, do combate à pobreza, de conseguirmos ter melhor habitação, e, por tudo isso, contamos com todos para criarmos um novo futuro para a Região Autónoma dos Açores", sublinhou Francisco César.
Já o eurodeputado socialista açoriano André Franqueira Rodrigues afirmou que o Governo Regional está a prestar "um mau serviço", porque alegadamente está a desperdiçar "milhões de fundos comunitários".
"Isso não é credibilizar a autonomia, isso, pelo contrário, é um mau serviço que este Governo está a prestar", afirmou o socialista, citado na mesma nota divulgada pelo PS/Açores.
O desafio que se impõe ao PS/Açores é o de "ter um projeto alternativo que faça mais, melhor e mais depressa. Só assim é que conseguimos resgatar os Açores do declínio para o qual esta governação está a levar a nossa região", defendeu André Franqueira Rodrigues.
Para além de contactos institucionais de diversos níveis - políticos, económicos, sociais - as jornadas pretenderam "evidenciar a importância e o papel das políticas europeias e o trabalho dos eurodeputados do PS, que no Parlamento Europeu integram o grupo dos Socialistas & Democratas".
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