Gémeas. BE acusa Chega de "partidarização e instrumentalização"

A deputada do BE Joana Mortágua acusou hoje o Chega de "partidarização e instrumentalização" com fins eleitorais da comissão de inquérito ao caso das gémeas e indicou que enviou um protesto ao presidente desta comissão.

Notícia

© Blas Manuel

Lusa
07/03/2025 18:32 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Caso gémeas

Em conferência de imprensa na Assembleia da República, a coordenadora do BE na comissão de inquérito ao caso das crianças luso-brasileiras indicou que enviou ao presidente - Rui Paulo Sousa, do Chega - um protesto "em relação à forma como André Ventura e a deputada Cristina Rodrigues se aproveitaram dos trabalhos desta comissão e de um relatório que não lhes pertence, mas que pertence à discussão e ao contraditório no âmbito da comissão, para fazer uma conferência de imprensa partidarizada e que não reflete as conclusões da comissão de inquérito".

 

"É um assalto institucional, é uma partidarização e uma instrumentalização de uma comissão de inquérito para efeitos eleitorais", acusou Joana Mortágua.

A deputada do BE disse que pediu ao presidente da comissão de inquérito "que convocasse urgentemente uma reunião da mesa e coordenadores" e indicou que fará o protesto chegar também à conferência de líderes, "porque o parlamento não pode permitir este abuso institucional sobre os seus instrumentos legais e os seus instrumentos democráticos".

A deputada falava aos jornalistas pouco depois de a relatora, Cristina Rodrigues, e o líder do Chega, terem apresentado o relatório preliminar em conferência de imprensa e o documento ter chegado aos partidos quase ao mesmo tempo.

Joana Mortágua afirmou que só a Cristina Rodrigues, do Chega, "cabe apresentar o relatório" e que o documento "foi apresentado em conferência de imprensa por ela e pelo presidente do Chega antes de a comissão de inquérito e os seus membros terem conhecimento" do mesmo.

A bloquista referiu que o documento "só chegou aos emails dos membros da comissão de inquérito quando já decorria a conferência de imprensa".

"Isto revela um enorme desrespeito e deslealdade institucional para com o parlamento. As comissões de inquérito não servem os interesses eleitorais e partidários de ninguém, são assuntos sérios e, portanto, é absolutamente inaceitável que, por ter falhado duas vezes a entrega do relatório a que estava obrigada, a deputada Cristina Rodrigues queira depois apresentar conclusões que são apenas suas e do seu partido como sendo conclusões da comissão de inquérito", criticou, acusando o Chega de um "assalto institucional aos poderes da comissão de inquérito" e de "aproveitamento político partidário".

Joana Mortágua assinalou que as conclusões ainda vão ter de "ser submetidas à discussão e votadas", sendo este um relatório preliminar.

A bloquista admitiu também que a comissão possa terminar sem conclusões finais, caso o parlamento seja dissolvido.

"Se acontecer o cenário previsível em relação ao chumbo da moção de confiança, é evidente que as conclusões da comissão de inquérito ficam comprometidas, e este relatório que é apresentado não pode ser considerado como a conclusão da comissão de inquérito porque ele não foi discutido nem votado na comissão de inquérito. Este relatório, ao ser apresentado com o presidente do Chega ao lado, deixa claro que são as conclusões do Chega, não são as conclusões da comissão de inquérito", sustentou.

A coordenadora recusou antecipar o que poderá acontecer, mas considerou que "era muito mais provável chegar a uma conclusão sobre um relatório que tivesse sido entregue no dia 20 de fevereiro do que é chegar a uma conclusão sobre um relatório que é entregue no dia 7 de março". 

"Claro que estamos todos a jogar na incerteza do cenário político e eu acho que foi precisamente isso que o Chega entendeu fazer, foi jogar na incerteza do cenário político, antecipando-se às conclusões da comissão de inquérito para poder beneficiar do ponto de vista eleitoral das conclusões que não são da comissão de inquérito, são suas em relação à comissão de inquérito", criticou.

A proposta de relatório do inquérito parlamentar ao caso das gémeas luso-brasileiras, da autoria do Chega, acusa o Presidente da República de "abuso de poder", considerando a sua conduta "especialmente censurável".

Leia Também: Gémeas. Proposta de relatório aponta para "abuso de poder" de Marcelo

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas