Carneiro defende que Marcelo deve promover diálogo entre PS e PSD

O antigo candidato à liderança socialista José Luís Carneiro defendeu hoje que o Presidente da República deve promover o diálogo entre os líderes do PSD e PS para evitar uma crise, considerando que o seu partido tem sido ponderado.

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© Mário Vasa / Global Imagens

Lusa
07/03/2025 14:05 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Governo/Crise

Em declarações à agência Lusa, o deputado e dirigente do PS responsabilizou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, pela atual crise política e defendeu que os socialistas e o seu líder, Pedro Nuno Santos, deram provas de cooperação ao longo da legislatura para "garantir que uma fórmula política relativamente instável pudesse beneficiar de alguma estabilidade".

 

"O Presidente da República, tendo em conta a sua magistratura de influência, deve chamar os dois principais responsáveis pelos principais partidos da nossa democracia, PS e PSD, colocá-los em diálogo, distendendo a relação e a tensão política", apelou.

Na opinião de José Luís Carneiro, talvez fosse possível chegar à "conclusão de que a solução comissão de inquérito teria o mérito de impedir a crise política e explicar o que há para explicar".

"Se chegar à conclusão de que nada mais há para explicar, essa será a conclusão das audições que forem realizadas e com isso evita-se uma crise política e permite-se que haja uma distensão na relação política", sustentou.

Para o opositor de Pedro Nuno Santos nas últimas eleições internas do PS, é preciso um diálogo "mais regular entre as lideranças políticas" e "os líderes dos principais partidos devem falar regularmente sobre os diferentes assuntos do país e procurarem, em cada momento, avaliar aquilo que mais serve o interesse nacional".

"Eu julgo que tenha havido essa manifestação de vontade da parte do PS e da liderança do PS, tenho que o reconhecer na condição até de ter sido candidato à liderança alternativa, é importante que saibam compreender esses gestos e que, portanto, não se precipite o país numa nova crise política", apelou.

Segundo José Luís Carneiro, daqui até terça-feira, dia em que é votada a moção de confiança no parlamento, "ainda há muito tempo para que esse diálogo pudesse ser promovido" por Marcelo Rebelo de Sousa e "até eventualmente" o próprio Luís Montenegro "tomar a iniciativa também de dialogar com o próprio líder da oposição".

"O Presidente da República tinha uma expressão muito interessante, que utilizou várias vezes, que eu diria que valia a pena voltar a pegar nessa expressão, que era quando começava a haver um balão, ele tinha o cuidado de lá ir esvaziar esse balão", recordou.

Para o socialista, "faz falta ao sistema político haver válvulas de escape para evitar que tensão suscite tensão", avisando que uma crise política "não aproveita aos dois maiores partidos", mas aos partidos "mais extremistas que hoje atentam contra os valores democráticos".

"Este é um daqueles momentos em que todos os socialistas e de todas as gerações devem estar unidos a contribuir para o seu país", apelou ainda.

Na análise de José Luís Carneiro, "a primeira responsabilidade é inequivocamente do primeiro-ministro", que "conduziu a uma incompatibilidade entre o exercício da função da mais importante função executiva do país com o desempenho de funções de natureza privada".

O antigo ministro apontou que quando se esperava que Montenegro acabasse "com o mal pela raiz" e extinguisse a empresa prestando "os esclarecimentos que estavam a ser solicitados", aquilo que "o primeiro-ministro fez foi colocar nas mãos dos partidos da oposição uma relegitimação das suas funções".

A moção de confiança que o Governo entregou ao parlamento vai ser discutida e votada na terça-feira à tarde, confirmou à Lusa fonte do gabinete do presidente da Assembleia da República.

O Conselho de Ministros reuniu-se por via eletrónica na quinta-feira e aprovou o texto da moção de confiança que, em caso da rejeição anunciada, implica a demissão do Governo.

Leia Também: Queda do Governo "compromete tudo", diz Miguel Albuquerque

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