Na apresentação da candidatura da socialista Alexandra Leitão à Câmara Municipal de Lisboa, Pedro Nuno Santos deixou também fortes críticas ao autarca da capital, Carlos Moedas.
"Neste momento o que temos em Lisboa? Um presidente 'Calimero', que se queixa de tudo e de todos, mas não resolve coisa nenhuma (...) Um presidente que não está, nem nunca esteve, comprometido com Lisboa, está só à espera que o seu líder caia na expectativa de sair daqui rapidamente", acusou.
A três dias de ser votada no Parlamento uma moção de confiança ao Governo, que poderá ditar a queda do executivo e novas eleições antecipadas, o líder do PS centrou as suas críticas nas áreas da saúde e da habitação, apenas aludindo à situação de crise política, depois de, à entrada, ter acusado o presidente do PSD e primeiro-ministro de estar a arrastar o PSD, o Governo e o país para a lama.
"Eu não precisava de falar dos últimos 15 dias para ser claro para todos nós que um governo sem visão, um governo incompetente e um governo que governa para a minoria nunca, nunca terá a confiança do Partido Socialista", disse.
"Montenegro está na lama e agora quer atirar o país para a lama"
Pedro Nuno Santos afirmou que "Luís Montenegro só se pode mesmo queixar de si próprio" porque "não foi mais ninguém, a não ser ele próprio, a criar o problema e a crise política em que estamos hoje".
Notícias ao Minuto com Lusa | 18:22 - 08/03/2025Pedro Nuno Santos defendeu que o PS "é um partido sério que contribuiu no último ano para a estabilidade como mais ninguém em Portugal".
"Temos sentido de responsabilidade, temos sentido de Estado. Mas nós queremos um país com transparência, onde os políticos assumem o que fazem e são transparentes perante o seu povo. Nós não somos causadores de instabilidade, não fomos nós que causamos instabilidade", defendeu.
Num discurso que andou entre a situação do país e Lisboa, Pedro Nuno Santos elogiou as qualidades de Alexandra Leitão, destacando que "é mulher, é mãe, é professora, é política, é líder parlamentar" e agora candidata autárquica à capital.
"Celebrar as mulheres não é fazer proclamações, é concretizar, é ter mulheres a liderar, a liderar a bancada parlamentar, a liderar a candidatura ao Parlamento Europeu, a liderar a candidatura a Lisboa, Coimbra e a Bragança. Aqui as mulheres lideram", afirmou, numa apresentação que coincidiu com o Dia Internacional da Mulher.
O líder do PS considerou que "a incompetência tem marcado a gestão autárquica" em Lisboa, acusando Moedas de, "de forma cínica contribuir ativamente para que os filhos da classe média abandonem a cidade porque acha que é melhor para os resultados da direita" na capital.
"Mas eles não são só maus em Lisboa. Não, não. E não precisaram de muito tempo para o mostrar", disse, provocando risos na plateia.
Para o líder do PS, depois da "distribuição do excedente que herdou dos governos do PS", não restou nada ao executivo liderado por Montenegro.
"Temos um governo e um primeiro-ministro sem visão, sem desígnio, sem propósito, incapaz de nos mobilizar, incapaz de nos entusiasmar. E essa é a primeira falha deste Governo", afirmou, acusando o executivo de estar "perdido nos seus casos e nos seus problemas".
Pedro Nuno Santos acusou ainda o executivo de governar "para uma minoria da população".
"Mas esse foi sempre o projeto da direita, foi sempre esse o projeto do PSD. Invocam e falam da classe média para, na hora da verdade, governarem para quem sempre quiseram governar, para uma minoria da população", criticou.
No final da sessão, Alexandra Leitão foi questionada pelos jornalistas se também será candidata a deputada e se vai continuar líder parlamentar.
"O PS está focado na próxima semana, temos uma moção de confiança, é muito prematuro responder a essa pergunta. Continuarei líder parlamentar nos próximos tempos, o meu foco será sempre Lisboa, nunca me ouvirão atirar a apresentação para depois das legislativas. Seja qual for o contexto nacional, o meu foco será sempre Lisboa", assegurou.
Na apresentação da candidatura de Alexandra Leitão, com o 'slogan' "Lisboa Decidida", marcaram presença vários ex-ministros dos anteriores governos do PS como Fernando Medina, Marta Temido, Eduardo Cabrita, Ana Mendes Godinho, Graça Fonseca ou Matos Fernandes, além de dois antigos candidatos a Presidente da República, Manuel Alegre e Ana Gomes.
[Notícia atualizada às 20h16]
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