Mortágua defende que mulheres estão "no centro" das políticas do BE

A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, defendeu hoje que as mulheres estão "no centro" da política do partido e não são apenas uma "flor na lapela", alertando para os perigos de uma "onda neoconservadora".

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© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

Lusa
14/05/2025 23:33 ‧ há 2 horas por Lusa

Política

Legislativas

"O feminismo, os direitos das mulheres não são uma flor na lapela. Não são o discurso que só fazemos no dia 08 de março e só fazemos sobre a violência doméstica. Não são promessas que fazemos para e sobre proteger 'as nossas mulheres', porque as mulheres não precisam de proteção, precisam principalmente de liberdade, de não ter medo, de não ser agredidas", considerou Mariana Mortágua, num comício no distrito de Aveiro, onde o BE candidata o fundador Luís Fazenda.

 

Meses após a polémica de despedimentos de duas recém-mães, em 2022, que abalou recentemente o partido, a líder bloquista utilizou o património político do BE como argumento para apelar ao voto feminino, lembrando a legalização da Interrupção Voluntária da Gravidez ou o contributo do BE para violência doméstica como crime público, logo na estreia no parlamento.

Numa intervenção centrada nos direitos das mulheres, a líder do BE avisou para uma "onda neoconservadora que é uma ameaça às mulheres" e realçou que o partido "quer ir mais longe".

Mortágua procurou sustentar de que forma é que as principais bandeiras do partido nesta campanha para as eleições legislativas de domingo, como mais direitos para trabalhadores por turnos, taxar os mais ricos ou a defesa da habitação, protegem, desde logo, as mulheres.

"Quando falamos sobre tetos às rendas, baixar o custo da habitação, garantir casa a toda a gente que precisa de casa. Quem é que está na linha da frente do sofrimento de não encontrar uma casa e não ter uma casa para si e para os seus filhos? (...) Não são as mulheres? Não são as mulheres o alicerce da família e da sociedade que aguenta e que aguenta o embate sempre de todas as crises, em particular da crise da habitação?", questionou a líder do BE.

Mortágua voltou a criticar PS e PSD por dizerem a estas mulheres e homens para apenas "esperarem" por mais construção pública, mas avisou que os portugueses "têm pressa de viver".

Sobre a medida de taxar os mais ricos do país, a líder do BE argumentou que essa contribuição serviria para aumentar, por exemplo, pensões, altura em que acusou Montenegro de "falta de empatia".

"Quantas mulheres têm pensões tão baixas em Portugal, como aquela mulher que foi confrontar Luís Montenegro há uns dias, dizer-lhe que tinha trabalhado dezenas de anos, 50 anos, e que tinha uma pensão de 600 euros. Ao que Luís Montenegro responde, 'bom, isso é a sua carreira contributiva'. Quanta falta de empatia é preciso ter para ignorar assim as condições de vida de uma mulher que trabalhou a vida inteira?", criticou.

Mortágua puxou ainda do património do partido no que toca à sua própria organização, afirmando que "o BE é o primeiro partido da democracia portuguesa em que uma mulher sucede uma mulher na coordenação", referindo-se a si e à anterior líder, Catarina Martins.

"Não foi um acaso", continuou, mas sim "uma escolha política". A líder do BE disse ainda não aceitar "uma Assembleia da República que continua a ter muito mais homens que mulheres".

"Não aceitamos um país que continua a ser gerido apenas por homens e que teve uma única exceção, Maria de Lurdes Pintassilgo, como primeira-ministra. Não aceitamos esta exceção. Queremos mudar a política do país", realçou.

Leia Também: Mortágua recusa comentar Gouveia e Melo ou reduzir campanha à Spinumviva

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