O documento alerta para o facto de a UE "estar altamente exposta" ao comércio com os Estados Unidos.
A este respeito, a recente escalada de tensões comerciais entre as principais economias, especialmente entre os Estados Unidos e os seus parceiros, alimentou a incerteza da política comercial e tornou-se uma preocupação crítica para as empresas e os decisores políticos, com o potencial de redirecionar os fluxos comerciais, remodelar as cadeias de valor, dissuadir o investimento e travar o crescimento económico.
O documento, da autoria dos economistas Pauline Avril, Paul Bochmann, Stephan Fahr, Aoife Horan, Cosimo Pancaro e Riccardo Pizzeghello, alerta para o facto de a apreciação do mercado continuar a constituir um risco importante para a estabilidade financeira da zona do euro.
Assim, embora todos os setores de ação da zona euro estejam sensíveis a choques adversos da política comercial dos EUA, os mercados consideram que os setores automóvel, dos produtos de consumo, das tecnologias de informação, industrial, dos materiais e financeiro são os mais expostos.
Para os bancos da zona do euro, a incerteza quanto à política comercial pode ter repercussões negativas através do impacto nos mercados financeiros e nos seus balanços, uma vez que tem efeitos adversos significativos nos preços das ações dos bancos e em alguns indicadores de risco bancários baseados no mercado.
"As tensões comerciais podem constituir uma ameaça para a estabilidade financeira", uma vez que tanto a implementação de restrições comerciais como a incerteza da política comercial têm consequências adversas, afirmam os autores da análise, que recomendam que os decisores políticos identifiquem os riscos envolvidos e façam o devido acompanhamento do caso.
Embora sublinhem que a existência de fortes amortecedores de capital e de liquidez "é a primeira linha de defesa" para as instituições financeiras absorverem os choques decorrentes das tensões comerciais, referem que os bancos devem também efetuar avaliações regulares para identificar e avaliar estes riscos específicos, bem como diversificar as suas carteiras para minimizar a sua exposição a esses riscos.
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