Durante as seis semanas da primeira fase do acordo de tréguas, um total de 33 reféns israelitas, oito dos quais morreram, deverão ser entregues a Israel em troca de cerca de 1.900 prisioneiros palestinianos.
Em troca da libertação, no sábado, pelo Hamas, de três reféns israelitas capturados durante o ataque terrorista de 07 de outubro de 2023, Israel libertou 182 palestinianos e um egípcio, segundo o Clube dos Prisioneiros Palestinianos: 150 foram transferidos em autocarros para a Faixa de Gaza, 25 para a Cisjordânia ocupada e oito, incluindo o egípcio, foram deportados para o Egito.
"O nosso Presidente afirmou que estamos dispostos a acolher alguns dos palestinianos libertados com outros países, a fim de apoiar o acordo. A Turquia, juntamente com outros países, fará o que for necessário para que o acordo de cessar-fogo possa continuar em vigor", afirmou Fidan numa conferência de imprensa conjunta em Doha com o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani.
Durante uma reunião à porta fechada, os dois líderes discutiram principalmente "os desenvolvimentos nos Territórios Palestinianos Ocupados e na Síria", disse Al-Thani.
"Sublinhamos a importância de todas as partes respeitarem todas as disposições do acordo e de iniciarem a segunda fase" do acordo de tréguas negociado sob a égide dos Estados Unidos, do Egito e do Qatar, disse o primeiro-ministro do Qatar.
Israel confirmou no sábado à noite que as negociações para discutir as modalidades da segunda fase do acordo de tréguas, que visa libertar os últimos reféns e pôr definitivamente termo à guerra, serão retomadas na segunda-feira em Washington.
"Já iniciámos as discussões com as partes para definir a ordem de trabalhos", declarou o primeiro-ministro do Qatar.
O chefe da diplomacia turca disse ainda que a Turquia está disposta a acolher nos seus hospitais os feridos e doentes palestinianos que necessitem de cuidados que seriam difíceis de prestar nos hospitais de campanha que a Turquia enviou para Gaza.
"Há casos que necessitam de cuidados médicos que não estão disponíveis nos hospitais de campanha [em Gaza]. Concluímos os preparativos para os levar para os hospitais na Turquia", afirmou.
O chefe do governo do Qatar fez a mesma observação, sublinhando que "o Qatar dá sempre as boas-vindas aos irmãos palestinianos", ao mesmo tempo que sublinhou a necessidade de os prisioneiros serem deportados para fora de Gaza e da Cisjordânia para escolherem o país que os vai receber.
"A deportação de [alguns] prisioneiros faz parte do acordo de cessar-fogo [Israel-Hamas]. Vários países vão recebê-los (...) para o Qatar, deve ser voluntário e não forçado" escolher o país para onde serão deportados, disse o primeiro-ministro do Qatar.
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