"Há países na região que estão a manifestar muita preocupação. Encorajamo-los a envolverem-se e a fornecer uma solução e uma resposta para este problema", apontou Rubio, em declarações aos jornalistas na República Dominicana.
Os países árabes e os líderes palestinianos manifestaram forte oposição à sugestão de Trump para desalojar os dois milhões de residentes da Faixa de Gaza após a guerra devastadora entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel.
O chefe da diplomacia norte-americana voltou a insistir que Trump está a propor reconstruir este território, destacando que o enclave está atualmente inabitável.
Rubio sublinhou que os comentários polémicos de Donald Trump visavam, em parte, encorajar outros países que "têm capacidade económica e tecnológica" a participar na reconstrução.
"O presidente Trump ofereceu-se para fazer parte desta solução (...) Se outros países estiverem dispostos a dar a cara e a fazê-lo eles próprios, seria ótimo, mas ninguém parece estar com pressa para o fazer", acrescentou Rubio.
Os cerca de 2,4 milhões de palestinianos da Faixa de Gaza não podem atualmente abandonar o território, sitiado por Israel e em grande parte destruído pela ofensiva israelita contra o Hamas, desencadeada pelo ataque do movimento islamita palestiniano em solo israelita em 07 de outubro de 2023.
Após 15 meses de guerra, um acordo de cessar-fogo entrou em vigor em 19 de janeiro.
Na terça-feira, Trump lançou a ideia de uma tomada do controlo da Faixa de Gaza pelos Estados Unidos e voltou a sugerir que a população do enclave poderia ser transferida para os vizinhos Egito e Jordânia - que rejeitaram categoricamente esta opção - após uma reunião em Washington com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A proposta de Trump foi condenada pelos palestinianos, por muitos países do Médio Oriente e pela comunidade internacional.
A administração norte-americana tentou emendar a sua posição, com o secretário de Estado, Marco Rubio, a dizer na quarta-feira que qualquer transferência de habitantes de Gaza seria temporária.
Contudo, já hoje, Trump garantiu que não será necessário o recurso à força militar para desenvolver a sua ideia e acrescentou que se o seu país assumisse o controlo de Gaza, os palestinianos teriam uma vida melhor e a oportunidade de "ser felizes, seguros e livres", mesmo que fossem reinstalados noutro lugar.
"Os Estados Unidos, em conjugação com grandes equipas de desenvolvimento de todo o mundo, iniciariam lenta e cuidadosamente a construção daquele que viria a ser um dos maiores e mais espetaculares empreendimentos deste tipo na Terra", acrescentou o líder norte-americano.
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