"Estamos prontos para abrir um corredor humanitário na região de Kursk no caso de um pedido oficial da Federação Russa", sublinhou a presidência ucraniana à agência France-Presse (AFP).
Depois de ter sido invadida pela Rússia em fevereiro de 2022, a Ucrânia conseguiu ocupar parte de Kursk, que faz fronteira com a região oriental ucraniana de Sumy, após uma incursão em 06 de agosto de 2024.
Mais de 1.500 civis ainda vivem em zonas da região de Kursk e embora as forças russas tenham retomado a maioria destes territórios, ainda não conseguiram expulsar completamente as tropas ucranianas através da fronteira, apesar do envio, segundo Kyiv, de soldados norte-coreanos para as apoiar.
As famílias estão a ficar irritadas com as autoridades russas depois de perderem o contacto com familiares retidos sem comunicação na linha da frente.
O Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky manifestou-se confiante na quarta-feira de que a operação na província russa de Kursk terá um impacto positivo nos interesses de Kyiv numa eventual negociação com Moscovo.
Zelensky aproveitou a oportunidade para agradecer, uma vez mais, a todos os soldados ucranianos que defendem o território, bem como aos que estão destacados nesta província russa, onde "se mantém uma situação estável".
"Os russos sofreram perdas muito pesadas", disse, incluindo também as tropas norte-coreanas presentes em Kursk, ao abrigo de um acordo de cooperação militar entre Moscovo e Pyongyang, que previa o destacamento de cerca de 10.000 soldados.
Zelensky destacou ainda que, durante estes seis meses de presença ucraniana em território russo, foram dados "passos muito sérios", como a destruição de "vários pontos militares muito importantes", segundo a agência Ukrinform.
"Não creio que nos consigam expulsar deste território num futuro próximo", indicou, referindo que a presença das tropas ucranianas conseguiu atrair cerca de 60 mil soldados do exército russo para esta frente, descongestionando outras frentes, como as de Kharkiv e Zaporijia.
"É mais difícil na região de Donetsk", reconheceu.
De acordo com fontes ucranianas, na altura da invasão surpresa ucraniana da província russa de Kursk, Moscovo tinha cerca de 11.000 soldados destacados na região fronteiriça, um número que agora subiu para 60.000. Durante este período, Kyiv calcula 38.000 baixas entre as fileiras russas em termos de mortos e feridos, números muito semelhantes aos apresentados por Moscovo para as perdas ucranianas.
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