Na edição de 2025 do Balanço Militar, que o centro de estudos britânico produz anualmente, o IISS indica Kyiv está a combater com muitas unidades terrestres debilitadas devido à falta de efetivos.
"Os dados sugerem que a Ucrânia, que tem geralmente mantido os seus números de baixas em segredo, sofreu uma grave perda de pessoal e enfrenta desafios na gestão das forças" armadas, refere em comunicado.
Já a Rússia, que também perdeu um número elevado de soldados e equipamento, tem usufruído das reservas de material do tempo da Guerra Fria, do envio de 10 mil militares por parte Coreia do Norte e da produção de drones e mísseis pelo Irão.
O IISS estima que a Rússia perdeu mais 1.400 tanques em 2024, o que deixa a infantaria vulnerável a mais baixas, mesmo se reduzir a intensidade da ofensiva, e que a capacidade da frota do Mar Negro parece limitada.
No entanto, salienta, os ataques com 'bombas planadoras' de baixo custo lançadas fora do alcance das defesas ucranianas continuam a ameaçar a Ucrânia.
Embora Kyiv tenha recebido equipamento militar mais avançado, este chega em volume abaixo do desejado e com regras rígidas de utilização determinadas pelos aliados ocidentais.
O Balanço Militar indica que Moscovo tem reservas maiores de projéteis, usando vários tipos de mísseis, drones e outros aparelhos como distração para confundir e sobrecarregar as defesas aéreas e fazer as forças ucranianas gastarem munições.
Segundo o IISS, embora a União Europeia tenha falhado a entrega de um milhão de munições de artilharia à Ucrânia até à primavera de 2024, a capacidade de produção aumentou e a UE deverá ser capaz de produzir dois milhões de projéteis por ano até ao final de 2025.
O IISS produz anualmente o Balanço Militar, que faz uma avaliação das capacidades militares e da economia da defesa a nível mundial e inclui dados atualizados sobre estruturas militares, inventários de equipamento e orçamentos de mais de 170 países.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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