"Realizou-se uma troca pormenorizada de pontos de vista sobre a situação atual na Síria. A parte russa sublinhou a sua posição de princípio de apoio à unidade, à soberania e à integridade territorial do Estado sírio", refere o comunicado presidencial russo.
Putin "confirmou a permanente disponibilidade da Rússia para ajudar a melhorar a situação socioeconómica na Síria, incluindo o fornecimento de ajuda humanitária aos seus habitantes", acrescenta a nota.
Segundo o Kremlin, os dois líderes debateram uma série de questões atuais de cooperação prática nos âmbitos comercial, económico, educativo e outros, tendo em conta, em particular, as negociações em finais de janeiro em Damasco com uma delegação oficial russa.
Putin e Al-Shaara concordaram em prosseguir esses contactos a fim de elaborar uma "vasta agenda para o desenvolvimento da cooperação bilateral".
O chefe de Estado russo desejou ao seu interlocutor "êxito na resolução dos problemas que a nova liderança do país enfrenta em prol do povo sírio, com o qual a Rússia tem estado historicamente ligada por relações de amizade e cooperação mutuamente benéfica".
A conversa telefónica foi "construtiva, séria e substancial", resumiu o Kremlin.
O comunicado não menciona que Putin e Al-Shaara tenham discutido a situação das bases militares russas no país árabe, que são fundamentais para a política externa do Kremlin no Médio Oriente e no norte de África.
Em finais do ano passado, Putin negou que a queda do então Presidente sírio, Bashar al-Assad, que se exilou em Moscovo, tenha representado uma derrota estratégica para a Rússia no país árabe.
"Asseguro-vos de que não é esse o caso (...) A Rússia atingiu, em traços gerais, os seus objetivos na Síria", declarou Putin, recordando que o Exército russo foi destacado no país árabe "há dez anos, para que ali não fosse criado um enclave terrorista".
A Duma ou Câmara dos Deputados da Rússia aprovou em dezembro uma lei que permite excluir da lista de organizações terroristas a Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS), que controla atualmente o poder em Damasco.
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