Hassan Nasrallah, líder do grupo xiita libanês por mais de 30 anos e um de seus fundadores, foi morto quando a força aérea de Israel lançou mais de 80 bombas na principal sala de operações do grupo.
Nasrallah gozava de ampla influência entre os grupos apoiados pelo Irão na região e era amplamente respeitado no chamado eixo de resistência liderado pelo Irão, que incluía fações iraquianas, iemenitas e palestinas.
De acordo com a agência espanhola EFE o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, e o presidente do Parlamento, Mohamed Baqer Qalibaf, bem como as famílias de altos funcionários iranianos, incluindo a do líder supremo Ali Khamenei, também se deslocaram ao Líbano, onde o funeral decorre no estádio Camille Chamoun Sports City, em Dahye.
Ao lado de Nasrallah, o grupo xiita pró-iraniano também realiza o funeral de seu sucessor Hashem Safi al Din, morto no mesmo ataque.
Ambos serão temporariamente enterrados em locais secretos.
"Vim hoje em nome da República Islâmica do Irão e do povo iraniano em geral para participar deste funeral dessas duas grandes figuras que fizeram grandes esforços para libertar este país e pela resistência", disse Araqchi no aeroporto de Beirute.
A EFE acrescenta que grupos de apoiantes libaneses do Hezbollah também marcam presença, bem como uma delegação de rebeldes xiitas Houthis do Iémen e figuras de grupos xiitas iraquianos, que fazem parte do chamado "Eixo da Resistência", uma aliança informal liderada por Teerão que também inclui o grupo palestiniano Hamas.
Já a AP descreve o ambiente no local, citando Sahar al-Attar, que viajou do vale de Bekaa, no Líbano, para o funeral.
"Teríamos vindo até mesmo sob balas. É um sentimento indescritível", disse a mulher.
O Hezbollah preparou o estádio para receber dezenas de milhares de pessoas. Foram colocadas telas gigantes ao longo da estrada do aeroporto, do lado de fora do estádio, para as pessoas que não conseguirem assistir.
Toda cerimónia é acompanhada de medidas rígidas de segurança, incluindo o fecho das principais estradas na área do funeral.
O exército e as forças policiais libanesas foram colocadas em alerta e o exército proibiu o uso de drones em Beirute e nos seus arredores durante o dia.
Os voos de e para o Aeroporto Internacional Rafik Hariri de Beirute foram programados para parar por quatro horas a partir do meio-dia.
Horas antes do funeral começar, o exército israelita lançou uma série de ataques no sul do Líbano.
"Hoje o mundo está melhor", disse o exército israelita, escreve a agência noticiosa AFP.
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