Prosseguem as negociações para a definição de uma segunda etapa, que prevê a libertação dos restantes reféns detidos pelo Hamas e a retirada israelita de toda a Faixa de Gaza, mas, segundo uma notícia publicada esta semana pelo canal 12 da televisão israelita, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pretende discutir o futuro político do enclave, reservado, em princípio, para uma terceira fase.
De acordo com a mesma notícia, Israel pretende obter garantias de que o Hamas não terá qualquer tipo de presença no enclave, quer política, quer militar.
Nestas circunstâncias, Witkoff disse hoje à CNN que a sua intenção é chegar à região na próxima quarta-feira para negociar "uma extensão da primeira fase", ou seja, continuar a concentrar-se nos protocolos de troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos antes de abordar quaisquer outras circunstâncias.
Witkoff é visto como um ator-chave nas conversações, como representante dos Estados Unidos da América (EUA), o grande aliado de Israel, e considerando a influência do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o primeiro-ministro Netanyahu.
O enviado dos EUA mostrou-se confiante de que "haverá uma segunda fase", embora não tenha especificado quais os aspetos que esta abrangerá. Ainda assim, referiu que, de acordo com a opinião de Netanyahu, "o Hamas não fará parte de nenhum futuro Governo".
Após o ataque em 07 de outubro de 2023 do Hamas contra território israelita, 251 pessoas foram sequestradas em Israel e levadas para a Faixa de Gaza. Destas, 62 continuam em cativeiro, sendo que pelo menos 35 foram declaradas mortas pelo Exército israelita.
A frágil trégua que entrou em vigor em 19 de janeiro permitiu a libertação de 25 reféns israelitas vivos na primeira fase, que deverá terminar em 01 de março, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinianos por Israel.
Seis reféns foram libertados no sábado e Israel ainda não entregou os 620 prisioneiros palestinianos que deveriam ser libertados em troca.
O Hamas denunciou o atraso como uma "violação flagrante do acordo de tréguas".
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