O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu, este domingo, a possibilidade de deixar o cargo "pela paz da Ucrânia" e pela adesão do país à aliança transatlântica NATO.
A posição de Zelensky, eleito democraticamente em maio de 2019, surge após o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, o ter acusado de ser um "ditador sem eleições" por ter adiado as eleições presidenciais, previstas para abril de 2024, devido à invasão russa, iniciada a 24 de fevereiro de 2022.
Este domingo, em conferência de imprensa, o presidente ucraniano foi questionado se estaria disposto a "desistir" de ser presidente em troca da paz. "Sim, ficaria feliz, se for pela paz da Ucrânia", respondeu.
"Se precisarem que eu deixe esta cadeira, estou pronto para o fazer, e também posso trocá-la pela adesão da Ucrânia à NATO", acrescentou, citado pelo The Guardian.
Recorde-se que, na passada quarta-feira, Trump considerou o presidente da Ucrânia um "ditador sem eleições", numa resposta à afirmação de Zelensky de que o presidente norte-americano estava a ser influenciado pela desinformação russa.
As palavras do republicano foram condenadas pelos países ocidentais, que fizeram questão de lembrar que Zelensky foi "democraticamente eleito", ao "contrário de Vladimir Putin", o presidente da Rússia.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
[Notícia atualizada às 15h33]
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