A principal palavra de ordem ouvida desde o início da marcha entre a Praça da República e a Praça da Bastilha foi dirigida aos presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, respetivamente.
"Trump, Putin, nenhuma negociação sem a Ucrânia", ouvia-se durante a marcha.
Quinze representantes políticos franceses participaram na manifestação convocada por várias Organizações Não Governamentais (ONG) e partidos de esquerda, segurando uma faixa com a mensagem "Vamos unir-nos para a vitória da Ucrânia".
Muitos dos participantes na marcha agitavam dezenas de bandeiras, sobretudo ucranianas, mas também europeias e algumas francesas.
Havia também cartazes com diferentes mensagens e montagens fotográficas em que Trump e Putin eram muitas vezes os protagonistas, como por exemplo numa montagem em que ambos partilhavam a mesma cama.
Ainda hoje, o Presidente da República francês, Emmanuel Macron, vai deslocar-se a Washington, acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, para reunir com Trump na segunda-feira e para discutir a guerra na Ucrânia.
Macron organizou duas reuniões esta semana com a maioria dos países da União Europeia, mas também parceiros como o Reino Unido, Noruega, Islândia e Canadá, com o objetivo de analisar a mudança radical da posição dos EUA sobre a guerra na Ucrânia.
O Presidente francês leva várias mensagens para Washington.
Uma das principais mensagens que vai transmitir é a de que Trump deve pressionar Putin para que ele se comprometa a negociar uma paz real e não apenas um cessar-fogo, como aconteceu com os Acordos de Minsk de 2014, assinados entre Moscovo e Kiev sob os auspícios da França e da Alemanha.
Outra das mensagens é a necessidade de a Ucrânia fazer parte das negociações de paz, algo que Kiev só aceita mediante garantias sólidas de que Putin não aproveitará para se rearmar e mais tarde retomar as hostilidades.
Macron vai ainda transmitir que os europeus também devem estar à mesa das negociações, porque são eles que terão de oferecer garantias de paz à Ucrânia, dada a vontade de Trump de se retirar cada vez mais da Europa.
Esta segunda-feira, 24 de fevereiro, faz três anos que se iniciou a guerra na Ucrânia, depois de a Rússia ter invadido território ucraniano.
Leia Também: Zelensky convida Trump a visitar o país: "Só quero um diálogo"