"Estamos abertos a contactos com os Estados Unidos, em particular sobre questões que incomodam as nossas relações bilaterais. Esperamos progressos reais na reunião marcada para o final da próxima semana", disse hoje Sergei Ryabkov, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, citado pela agência estatal TASS.
Esta reunião terá lugar "ao nível dos chefes de departamento" dos ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países, especificou.
Na véspera, Riabkov já tinha destacado que existe um acordo para abordar em profundidade através de "consultas abrangentes" todas as questões "incómodas" que dificultam a normalização das relações.
O diplomata garantiu que Washington está atualmente a estudar as propostas que a delegação russa lhe apresentou na passada terça-feira, na primeira volta realizada na capital saudita, Riade.
"Saudamos a mudança de tom do lado americano", declarou. Ao mesmo tempo, considerou que ainda não foram respondidas as questões sobre até que ponto e com que rapidez essa mudança se transformará em factos práticos.
As primeiras conversações ocorreram na sequência de uma conversa telefónica entre Vladimir Putin e Donald Trump.
As relações entre Washington e Kiev estão particularmente tensas depois de Trump ter surpreendido a Ucrânia e a Europa ao anunciar, a 12 de fevereiro, que tinha falado com Putin ao telefone e chegado a um acordo com Moscovo para iniciar "negociações imediatas" para acabar com a guerra.
Na terça-feira, na Arábia Saudita, uma delegação russa e norte-americana concordou começar a trabalhar para pôr fim ao conflito e melhorar as suas relações económicas e diplomáticas, o que poderá levar a uma cimeira entre Trump e Putin.
O líder ucraniano Volodymyr Zelensky protestou contra a exclusão de Kiev das conversações e intensificou o seu confronto com Trump, acusando-o de viver numa bolha de "desinformação" conduzida pela Rússia, enquanto o Presidente dos Estados Unidos respondeu chamando "ditador" ao líder ucraniano.
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