O Corpo Nacional de Polícia de Espanha desmantelou uma organização criminosa dedicada ao tráfico de mulheres para exploração sexual em bordéis na província de Alicante. Estima-se que, no último ano, esta rede tenha explorado mais de mil mulheres.
Em comunicado, este domingo, a polícia espanhola revela que "as vítimas, na sua maioria de origem sul-americana, foram enganadas" para viajarem para Espanha "através de falsas ofertas de emprego".
No total, 48 mulheres foram libertadas e 48 pessoas foram detidas - 46 em Alicante e duas em Múrcia. Seis ficaram em prisão preventiva.
Foram ainda efetuadas oito buscas domiciliárias em Alicante e três bordéis foram encerrados. A polícia apreendeu oito armas proibidas e "mais de 150.000 euros em dinheiro". Foram ainda bloqueados "938.000 euros em contas bancárias e foram imobilizados 17 imóveis no valor de 1.313.087 euros".
A organização era liderada por duas mulheres de origem colombiana e um cidadão espanhol. Este último "residia nos dias úteis em Alicante para controlar os seus negócios e nos fins de semana regressava à região de Múrcia com a sua família". Para além dos três dirigentes, a estrutura da organização "tinha dois outros níveis, os gerentes dos bordéis e os taxistas, que se encarregavam de transportar as mulheres nas suas saídas para efetuarem os serviços".
As vítimas, "que viviam nos próprios bordéis, eram obrigadas a trabalhar a qualquer hora do dia, sendo controladas a todo o momento pelos membros da organização criminosa através de complexos sistemas de videovigilância com imagem e som, tendo a sua liberdade de movimentos limitada, pois só podiam sair durante duas horas". Durante a primeira semana de trabalho "não tinham descanso" e a partir da segunda semana "tinham apenas um dia de folga sob o controlo da organização desmantelada".
A polícia detetou ainda "a venda de substâncias estupefacientes a clientes".
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