Antiviral baloxavir com potencial para tratar gripe aviária em humanos

Investigadores norte-americanos concluíram que o antiviral baloxavir apresenta potencial para tratar pessoas com sintomas graves de gripe aviária, provocada pelo vírus H5N1 e que já originou cerca de 70 infeções humanas nos Estados Unidos.

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© Costfoto/NurPhoto via Getty Images

Lusa
17/03/2025 17:04 ‧ há 3 horas por Lusa

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De acordo com o estudo publicado hoje na revista científica Nature Microbiology, a utilização do baloxavir, um antiviral já aprovado pela agência Food and Drug Administration (FDA), melhorou a recuperação da doença em ratinhos infetados com o vírus H5N1, em comparação com o tratamento padrão atual com o oseltamivir (Tamiflu).

 

Neste estudo, os investigadores do St. Jude Children's Research Hospital compararam a eficácia do tratamento com oseltamivir e com baloxavir em ratos que foram infetados com leite de vaca contaminado nas rotas típicas de exposição ao vírus - através da boca, nariz e olhos.

O baloxavir é um medicamento antiviral para tratar e prevenir a gripe em adultos e crianças a partir de um ano de idade, sendo utilizado para os casos de doença sem efeitos graves.

De acordo com as conclusões agora divulgadas, o tratamento com baloxavir melhorou a recuperação da doença, com taxas de sobrevivência dos ratinhos infetados pela boca, nariz e olhos a atingirem até 25%, 75% e 100%.

Já os ratinhos tratados com oseltamivir apresentaram taxas de sobrevivência mais baixas, com infeções na boca, nariz e olhos a chegarem até 25%, 40% e 63%, respetivamente.

Perante estes resultados e embora sejam necessários mais testes, os autores do estudo concluíram que o baloxavir pode ser considerado, para além do oseltamivir, para o potencial tratamento de infeções graves por H5N1 em humanos.

O H5N1, um vírus altamente patogénico responsável pela gripe aviária, foi detetado em 68 humanos nos Estados Unidos até fevereiro de 2025, a maioria dos quais após contacto com animais infetados.

Os casos iniciais foram ligeiros e tratados com Tamiflu, mas os investigadores consideram que, com o aumento de infeções humanas e com um caso fatal recente nos Estados Unidos, é necessário compreender a eficácia dos antivirais contra infeções resultantes das diferentes vias de exposição ao vírus.

Os primeiros casos de gripe aviária altamente patogénica surgiram na América do Norte em 2021 e foram detetados em aves selvagens e mamíferos aquáticos.

Mais recentemente, o vírus também foi detetado em vacas leiteiras, o que aumenta o risco de infeção humana através de leite cru contaminado por inalação de gotículas, salpicos de gotículas nos olhos ou pelo consumo.

No início deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou-se preocupada com a possível mutação do vírus H5N1 e adiantou que um total de 81 infeções com a gripe das aves em humanos foram reportadas em 2024, o maior número desde 2015.

Quase todos estes casos em humanos estão associados a gado ou a aves infetadas, referiu ainda a OMS, ao realçar que o H5N1 é de "particular preocupação", uma vez que, desde o primeiro caso humano reportado em 2003, "matou quase metade daqueles que atingiu".

Leia Também: OMS com pouca informação sobre gripe aviária após regresso de Trump

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