Ao início da tarde, multidões que variavam entre algumas dezenas e centenas de manifestantes tinham-se juntado às instalações da Tesla em Nova Jérsia, Massachusetts, Connecticut, Nova Iorque, Maryland, Minnesota e no estado natal do fabricante de automóveis, o Texas.
Fotos publicadas nas redes sociais mostram manifestantes com cartazes como "Buzina se odeias o Elon" e "Lute contra a 'broligarquia' bilionária".
A campanha, organizada pelo movimento "Tesla Takedown", apela ao público para que deixe de comprar carros da Tesla e desinvista nas ações, a fim de pressionar o conselheiro do Presidente norte-americano, Donald Trump, que criticam pelos seus cortes controversos enquanto chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) do Governo de Washington.
Neste departamento da administração norte-americana, Musk acedeu a dados sensíveis e encerrou agências inteiras, e cortou drasticamente o funcionamento de outras, alegando a intenção de reduzir as despesas do executivo.
A maior parte da fortuna do homem mais rico do mundo, estimada em 340 mil milhões de dólares (equivalente a 313 mil milhões de euros), consiste nas ações que detém da empresa de veículos elétricos, que continua a gerir enquanto trabalha ao lado de Trump.
O "Tesla Takedown" considera que "Elon Musk está a destruir a democracia em todo o mundo e a usar a fortuna que acumulou na Tesla para o fazer", e propõe "medidas não violentas" para o travar.
"Impedir Musk ajudará a salvar vidas e a proteger a nossa democracia. Os riscos são elevados. Ninguém virá salvar-nos. Nem os políticos, nem os media, nem os tribunais", afirma na sua página na internet, onde sublinha tratar-se de um movimento pacífico que se opõe à violência e ao vandalismo.
O movimento também esperava reunir manifestantes em mais de 230 instalações da Tesla noutras partes do mundo. Embora a afluência na Europa não tenha sido tão grande como a dos Estados Unidos, o sentimento anti-Musk foi semelhante.
No Reino Unido, manifestantes concentraram-se na capital, Londres, e em cidades como Manchester, Leeds, Bristol, Belfast e Edimburgo.
Em Londres, dezenas de pessoas reuniram-se em torno do edifício da Tesla, na zona de Park Royal, no noroeste da cidade, onde empunharam cartazes com mensagens como "A Tesla financia fascistas", "Musk está a destruir a democracia" e "Buzina se odeias o Elon".
Na Alemanha, sete viaturas elétricas da marca Tesla arderam na madrugada de hoje num concessionário de Ottersberg, com prejuízos de várias centenas de milhares de euros.
Ainda não é claro se o incêndio está relacionado com o dia global de protesto contra a Tesla e Elan Musk.
Ativistas do movimento climático "Neue Generation" ("Nova Geração") anunciaram para hoje manifestações contra Musk em toda a Alemanha.
"A razão é a influência fascista e deliberadamente antidemocrática de Musk nos Estados Unidos e o seu apoio à extrema-direita na Europa", escreveram num comunicado, no qual se referiam explicitamente ao apoio do magnata à Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, segundo classificado nas eleições federais antecipadas que decorreram em 23 de fevereiro.
O movimento convocou protestos junto a 'showrooms', concessionários, pontos de carregamento e outras infraestruturas da Tesla em várias cidades alemãs, incluindo Berlim, Munique, Nuremberga, Duisburgo, Karlsruhe, Koblenz, Dortmund, Hamburgo, Braunschweig, Kesselsdorf (perto de Dresden), bem como nos terrenos da fábrica do fabricante norte-americano, em Grünheide.
Um número crescente de consumidores que compraram veículos Tesla antes de Musk assumir o DOGE tem procurado vender ou trocar os seus carros, enquanto outros colocaram adesivos procurando distanciar-se das decisões do bilionário.
Num outro protesto, convocado por representantes do Partido Democrata norte-americano no estrangeiro, centenas de pessoas contestaram hoje em Madrid as políticas do Presidente norte-americano, numa ação que se estendeu a outras cidades espanholas.
Os organizadores criticaram Trump e o seu braço direito, Elon Musk, que "ninguém elegeu", disseram, avisando que não haverá "nem um passo atrás" na defesa das liberdades.
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