ONU e ONG's rejeitam plano humanitário de Israel e EUA para Gaza

As agências da ONU e organizações não-governamentais (ONG) que trabalham na Faixa de Gaza rejeitaram hoje o plano de ajuda humanitária norte-americano e de Israel, alegando que "viola os princípios humanitários fundamentais" e deixará muita gente sem ajuda.

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© OMAR AL-QATTAA/AFP via Getty Images

Lusa
04/05/2025 22:45 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A rejeição do plano foi hoje tornada pública por várias entidades que contestam o modelo de distribuição de ajuda humanitária à população do enclave palestiniano, cenário de uma guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas desde outubro de 2023, devido ao controlo que os militares israelitas passariam a ter, avançou a agência de notícias espanhola Europa Press.

 

Segundo os representantes das entidades, Israel tenciona encerrar os sistemas de distribuição de ajuda existentes, que são geridos pela ONU e os seus parceiros, e os fornecimentos passavam a ser feitos por centros de distribuição israelitas "sob condições militares israelitas".

Este plano "significa que grandes partes da Faixa de Gaza, onde vivem as pessoas com menos mobilidade e mais vulneráveis, ficarão sem abastecimento", alertaram as organizações.

"O plano viola os princípios humanitários fundamentais e parece ter sido concebido para reforçar o controlo sobre os abastecimentos vitais como forma de pressão, uma estratégia militar", denunciaram, explicando que "empurrar os civis para zonas militarizadas para recolherem rações é perigoso, põe em perigo as suas vidas e as dos trabalhadores humanitários".

Além disso, este modelo acabaria por "reforçar as deslocações forçadas", apontou ainda a declaração subscrita pelas agências da ONU e pelas ONG que estão no terreno.

 "A ação humanitária responde às necessidades das pessoas, onde quer que elas se encontrem", sublinharam.

Israel bloqueou a entrada de todos os abastecimentos na Faixa de Gaza há nove semanas, o que levou ao encerramento de padarias e cozinhas comunitárias, deixando os armazéns vazios.

"As crianças estão a morrer à fome", denunciaram as organizações, lembrando que existem "reservas substanciais de mantimentos" prontas para entrar na Faixa de Gaza, que aguardam apenas o levantamento do bloqueio.

"Apelamos aos líderes mundiais para que usem a sua influência para o conseguir. O momento é agora", destacaram.

O plano americano-israelita prevê a construção de instalações geridas por uma fundação internacional com financiamento de países e organizações filantrópicas.

As pessoas poderão dirigir-se a estes centros uma vez por semana para receber um pacote de ajuda humanitária por família, com bens para sete dias.

Em 18 de março, o exército israelita retomou os seus ataques diários, seguidos de operações terrestres, na Faixa de Gaza, pondo fim a uma trégua de dois meses na guerra com o grupo radical palestiniano Hamas, que controla o enclave desde 2007.

O Governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, tem afirmado repetidamente que a pressão militar é a única maneira de forçar o Hamas a libertar os reféns sequestrados no ataque de 07 de outubro de 2023, que também matou 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 52 mil mortos, na maioria civis, destruiu quase todas as infraestruturas e deu origem a um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Leia Também: Israel chama milhares de reservas para atacar Gaza e ameaça Irão

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