No domingo, os Estados Unidos e o Irão concluíram uma quarta ronda de negociações nucleares, sem anunciar avanços significativos, mas mantendo um otimismo cauteloso em ambas as partes.
"Por um período limitado, podemos aceitar uma série de restrições ao nível e volume de enriquecimento", disse hoje o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Majid Takht-Ravanchi.
"Ainda não entrámos em detalhes sobre o nível e o volume do enriquecimento", acrescentou o ministro, citado pela agência de notícias Tasnim.
Atualmente, o Irão enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo nuclear internacional de 2015, enquanto é necessário um nível de 90% para uso militar.
Na segunda-feira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, insistiu que o Irão é o único país do mundo sem armas nucleares que enriquece urânio a um nível tão elevado.
Iniciadas a 12 de abril, as rondas de negociações visam concluir um novo acordo para impedir o Irão de produzir armas nucleares - uma ambição que Teerão sempre negou, em troca do levantamento das sanções que estão a prejudicar a economia iraniana.
Durante o primeiro mandato do Presidente Donald Trump (2017-2021), os Estados Unidos retiraram-se em 2018 do acordo entre o Irão e as principais potências mundiais para controlar o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, iniciou as novas rondas de negociações, reafirmando que o seu país continuará a enriquecer urânio, mas que "estará aberto a limitar a taxa de enriquecimento para ajudar a construir confiança".
As negociações entre o Irão e os Estados Unidos - que não mantêm relações diplomáticas desde 1980 - são as primeiras a este nível desde a saída dos EUA do acordo nuclear, em 2018.
Apesar das negociações, Washington continua a impor sanções contra o programa nuclear e contra a indústria petrolífera do Irão, a última das quais foi anunciada na segunda-feira.
Leia Também: EUA aplicam sanções ao Irão para travar desenvolvimento de bomba atómica