"Dado o elevado índice de mortalidade de suínos e o impacto direto na economia local - uma vez que cerca de 47% da carne suína produzida é comercializada -, torna-se urgente a adoção de medidas eficazes de combate e prevenção para evitar a propagação da doença", lê-se numa resolução do Conselho de Ministros.
As restrições ao comércio da carne e derivados e os custos relacionados com as medidas de controlo e erradicação também afetam o rendimento dos produtores.
As "medidas emergenciais" de controlo sanitário foram aprovadas pelo Governo e entram hoje em vigor com um financiamento de 45 milhões de escudos (cerca de 400 mil euros), lê-se no Boletim Oficial da República.
As medidas incluem a construção de infraestruturas (uma nova "pocilga municipal"), uma vez que a falta de higiene na criação de suínos e a ausência de medidas higiossanitárias e de biossegurança estão na origem de surtos regulares nas ilhas, desde há 60 anos.
"Em resposta a esta situação de emergência, o Governo entende ser necessário reforçar os investimentos com medidas adicionais, que incluem quarentena, abate sanitário, vigilância epidemiológica e biossegurança", lê-se na resolução do Conselho de Ministros.
O atual surto na ilha da Boa Vista foi anunciado em fevereiro, mas a doença já tem um registo com décadas, no arquipélago.
Os primeiros sinais de peste suína africana em Cabo Verde foram observados em 1966, inicialmente nas ilhas de Santiago e Maio.
Em 2011, a doença alcançou a ilha do Fogo e, em 2015, foi registada na ilha da Boa Vista, causando surtos periódicos desde então, segundo contextualiza a resolução governamental.
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