Num comunicado, a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, e a comissária para o Alargamento, Marta Kos, referiram que as eleições legislativas, em que venceram os socialistas com maioria absoluta, decorreram "de forma inclusiva e transparente, tendo o dia eleitoral sido calmo e bem organizado, apesar de algumas lacunas", citando conclusões preliminares da missão de observação do Escritório para as Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR) da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
"As eleições em geral foram competitivas e conduzidas profissionalmente, e os candidatos puderam fazer campanha livremente, embora alguns tenham relatado ter enfrentado intimidação", descreveram.
Segundo a UE, a votação decorreu "num ambiente altamente polarizado, em que os concorrentes não dispunham de condições equitativas".
"Devido à utilização generalizada de recursos administrativos e à influência institucional, é possível que a maioria no poder tenha beneficiado de uma vantagem de incumbência", indicaram as representantes no comunicado.
As responsáveis da Comissão Europeia relataram ainda "numerosas alegações de pressão sobre os eleitores, especialmente sobre os funcionários públicos".
A UE saudou os "esforços coordenados para investigar e processar crimes eleitorais" e pediu "acompanhamento" para lidar com as "preocupações persistentes de negligência eleitoral".
"A independência dos meios de comunicação social continua a ser um problema e a sua cobertura eleitoral continuou a dar destaque aos principais partidos", apontaram as representantes, realçando ainda que "a transparência do financiamento das campanhas também permaneceu limitada".
Na nota informativa, Kallas e Kos encorajaram a Albânia a prosseguir "todas as reformas necessárias para a sua futura adesão à UE, incluindo a adoção de uma nova reforma eleitoral que aborde todas as principais recomendações do ODIHR e as que ainda estão pendentes nas eleições anteriores".
O processo de integração da Albânia na UE, recordaram, "é um objetivo estratégico nacional e um projeto de toda a sociedade, que é fortemente apoiado pelos cidadãos da Albânia".
As responsáveis deixaram ainda um apelo a um "diálogo político construtivo e inclusivo", salientando que todos os partidos políticos da Albânia e todos os setores da sociedade, desde as organizações da sociedade civil às comunidades locais, "têm um papel a desempenhar no avanço do processo de adesão do país à UE".
O Partido Socialista da Albânia, do primeiro-ministro Edi Rama, obteve a maioria absoluta nas eleições legislativas de domingo, segundo dados oficiais hoje conhecidos, quando estavam apurados quase 96% dos votos.
De acordo com os dados publicados pela Comissão Eleitoral Central (KQZ), os socialistas conquistaram 82 dos 140 assentos parlamentares.
O partido de Edi Rama governará assim pela quarta legislatura consecutiva, tendo obtido 52% dos votos, melhorando assim em quatro pontos e oito lugares em relação aos resultados de 2021.
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