Partido pró-curdo exige "medidas de confiança" a Ancara após dissolução do PKK

O partido pró-curdo DEM apelou hoje para a aplicação de "medidas de confiança" pelo Governo turco, um dia após o anúncio da dissolução do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

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Lusa
13/05/2025 18:16 ‧ há 5 horas por Lusa

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Turquia

"Esperamos que os governantes assumam os deveres e as responsabilidades" antes da festa muçulmana do Eid al-Adha, no início de junho, afirmou o copresidente do Partido para a Igualdade e Democracia do Povo (DEM, antigo HDP -- Partido Democrático dos Povos), a principal força política pró-curda da Turquia.

 

Tuncer Bakirhan apelou para a adoção de "medidas de confiança, concretas e humanitárias, antes do início do Eid al-Adha", que seria então "celebrado duplamente".

A libertação dos presos políticos doentes e a melhoria das condições de detenção do fundador e líder histórico do PKK, Abdullah Öcalan, preso em regime de isolamento desde 1999, devem ser algumas das primeiras medidas, sublinhou Bakirhan aos jornalistas.

"Todos nós sabemos muito bem o que a sociedade realmente quer. Os pedidos que surgem com mais frequência [...] dizem respeito aos presos doentes e às centenas de milhares de detidos", afirmou.

"Algumas coisas podem ser feitas antes de serem tomadas medidas legais. Por exemplo, as condições prisionais de Öcalan. Penso que as autoridades podem dar alguns passos para que a sociedade, que tem dúvidas e preocupações, possa acreditar plenamente neste processo", acrescentou.

Numa curta mensagem publicada hoje, Öcalan "saudou respeitosamente" a dissolução do grupo armado curdo, sem, porém, fazer qualquer exigência a Ancara.

No entanto, fonte curda próxima do PKK no norte do Iraque, onde estão baseados os combatentes do movimento, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que o grupo armado está à espera de "medidas concretas" das autoridades turcas, incluindo uma amnistia para os combatentes e a libertação de presos políticos, como a de outro líder curdo, Selahattin Demirtas, detido desde 2016.

Segundo a fonte citada pela AFP, os combatentes "não deixarão as montanhas e não se desarmarão imediatamente" pelo que o PKK também espera, a prazo, uma emenda à Constituição turca que garanta direitos específicos aos curdos.

O PKK anunciou na segunda-feira a dissolução e o fim de mais de quatro décadas de luta armada contra o Estado turco, que custou mais de 40.000 vidas.

Os dirigentes do DEM e o grupo armado têm afirmado repetidamente que o Governo do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, deve responder com medidas legislativas para garantir o sucesso do processo de paz.

O PKK declarou que a dissolução "constitui uma base sólida para uma paz duradoura e uma solução democrática" e fez um apelo para o Parlamento turco: "Nesta fase, é importante que a Grande Assembleia [...] desempenhe o seu papel perante a história".

Leia Também: Erdogan saúda fim do PKK como passo para Turquia "livre de terrorismo"

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