"O mundo académico não é uma tribuna para incitar ao ódio a coberto da liberdade de expressão", escreveu Kisch numa mensagem na rede social X.
O governante afirmou ter pedido a retirada de subsídios à Universidade Hebraica de Jerusalém e à Universidade de Telavive, devido aos eventos programados nos seus 'campus' para assinalar a Nakba.
As manifestações públicas sobre a Nakba em Israel suscitam regularmente tensões.
O termo, que significa "catástrofe" em árabe, refere-se ao período da criação de Israel, no decurso da qual cerca de 760.000 árabes da Palestina fugiram ou foram expulsos das suas casas e se refugiaram no que mais tarde se tornaria a Cisjordânia e a Faixa de Gaza ou nos países vizinhos (Líbano, Síria, Jordânia e Egito).
Os cerca de 160.000 palestinianos que ficaram no território que viria a ser Israel tornaram-se cidadãos "árabes israelitas", segundo a designação usada em Israel, mas a maioria deles define-se como palestinianos.
Representam mais de 21% da população, segundo os números oficiais israelitas, e desde sempre se queixam de discriminação e de censura.
Muitos israelitas consideram essas cerimónias anuais para assinalar a Nakba uma tentativa velada de minar a existência do Estado de Israel.
Grupos de estudantes palestinianos da Universidade Hebraica defenderam na segunda-feira que assinalar a Nakba, tradicionalmente recordada a 15 de maio, é ainda mais essencial este ano.
"Uma vez que o genocídio contra o nosso povo em Gaza continua", sublinharam.
A Universidade de Telavive e a Universidade Hebraica de Jerusalém afirmaram apoiar o direito dos estudantes a assinalar o dia e classificaram as ameaças do ministro da Educação como ilegais.
A Universidade de Telavive sustentou que, de acordo com a lei israelita, "as manifestações organizadas pelos estudantes no Dia da Nakba, que é assinalado na maioria das universidades israelitas, estão protegidas pela liberdade de expressão e de manifestação".
"A diretiva do senhor Kisch é desprovida de qualquer fundamento jurídico", acrescentou a Universidade Hebraica.
Kisch respondeu na rede social X que "qualquer estudante que considere o Dia da Nakba como um dia de luto nacional é convidado a estudar na Universidade Bir Zeit", na Cisjordânia ocupada.
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